Bancos e teles falham e serviços móveis financeiros seguem distantes do brasileiro

21/10/2011

A 9ª edição do Monitor Acision de VAS Móvel, divulgado nesta quinta-feira, 20/10, na capital paulista, constata que num país onde mais de 80% do mercado celular é formado por usuários pré-pagos, a maior parte das iniciativas do setor privado é dedicada exclusivamente para a classe A.

Não à toa, 69% dos entrevistados disseram desconhecer a existência de produtos como acesso a saldo, transferência entre contas e alertas de transação, já disponíveis pela maior parte das instituições financeiras existentes no país para qualquer modelo de celular.

O levantamento aponta que 57% dos entrevistados disseram desconhecer a possibilidade de acessar seus saldos bancários via celular. Na parte voltada para transferências bancárias entre contas, 66% disseram não saber que já é possível efetuar esse tipo de ação via terminal móvel.

O produto mais conhecido do consumidor brasileiro é o alerta via SMS, onde 24% disseram já ter usado esse tipo de serviço no celular, mas a grande maioria dos entrevistados - 61% - sustentou não conhecer essa modalidade.

"O Brasil não está usando o celular, que é o maior exemplo de massificação de tecnologia (são 237 milhões de acessos), para a inclusão financeira. Se há uma boa parcela do país sem serviços bancários, o celular é a ferramenta ideal", observa Vancrei Oliveira, vice-presidente da Acision para a América Latina. "É hora de se repensar e aproveitar a oportunidade", completa o executivo.

Para Marcio Chaer, diretor geral da Mobile Marketing Association, que fechou uma parceria com a Acision para ajudar na elaboração dos dados do MAVAM, as classes C e D - grandes consumidoras da telefonia móvel - ainda não estão na mira das grandes marcas e, no caso dos serviços financeiros, dos bancos. As teles também pecam nas suas oportunidades.

"É fato que no Brasil, por exemplo, as redes Wi-Fi estão muito abaixo do necessário. A diferença com outros países é gritante. Se não houver conexão, não é possível acessar serviços. E as teles não têm como aumentar suas receitas", salienta Chaer.

Vale observar que o MAVAM apurou que as vendas de serviços de valor adicionado (VAS) já representam 20% das vendas líquidas das teles e no segundo trimestre somaram R$ 2,48 bilhões. A Internet móvel lidera entre os serviços respondendo por 49% da receita total, o que significa R$ 1,248 bilhão de março a junho de 2011. O SMS, que já foi o carro-chefe, responde por 41%, com uma receita de R$ 992 milhões.

O bom impulso dos serviços de VAS, constata ainda o levantamento, está relacionado ao aumento - 37% nos últimos 12 meses - das vendas de smartphones no país. "E ainda há muita base para ser trocada. Esse é um potencial de oportunidades que precisa ser melhor utilizado", observa Vancrei Oliveira. A pesquisa MAVAM ouviu mais de 1500 brasileiros, no período de 19 a 30 de agosto.

Site: Convergência Digital
Data: 20/10/2011
Hora: 14h
Seção: Internet Móvel 3G
Autor: Ana Paula Lobo
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=28135&sid=17