Painel sobre robótica apresenta casa que reconhece moradores pelos passos

18/09/2013

Uma casa capaz de reconhecer os moradores pelos passos e ainda adequar o ambiente de acordo com os hábitos daquela pessoa. Esse foi um dos projetos apresentados durante o painel Tecnologias Inovadoras: Robótica e Internet das Coisas, no primeiro dia do Rio Info 2013. O encontro discutiu a conexão em rede cada vez maior entre os mais variados dispositivos e o crescente desenvolvimento da robótica no País.

Paulo Rosa, Professor associado do Instituto Militar de Engenharia - IME -, explica que a Domotic - junção das palavras domestic robotic - tem a função de identificação de passos, que, por sua vez, identificam os indivíduos de uma residência.  E uma vez reconhecendo a pessoa, a casa se adapta a ela, ajusta a luminosidade e temperatura, por exemplo.  "Até mesmo a temperatura da água do banho a casa adapta àquele indivíduo. Sendo possível saber até em que horário determinados costumes ocorrem na casa".

O sistema baseia-se em métodos não invasivos como o reconhecimento de voz, retina ou digitais, bastando apenas caminhar para ser identificado. Segundo o professor, estudos de hergonomia mostram que a frequência das passadas é uma identidade e "em uma casa de seis pessoas, dificilmente uma terá a passada igual a de outra pessoa. O sistema tem apresentado sucesso de 97% na identificação".

De acordo ainda com Paulo Rosa, o Brasil está muito bem situado no cenário mundial quando o assunto é robótica. "Temos ótimas pesquisas em robótica, pesquisadores brasileiros estão nos principais eventos do mundo, grande projetos no Brasil estão sendo desenvolvidos em parceria com instituições internacionais, E alguns dos laboratórios nacionais não deixam a desejar em nada com relação aos laboratórios internacionais"

No entanto, o professor aponta dois principais motivos que são o gargalo do desenvolvimento da robótica no Brasil. Uma é a falta financiamento para as pesquisas que estão aquém do que é praticado em outros países. O outro é cultura da robótica não fomentada no Brasil. "No Japão, apesar de possuir uma cultura tradicionalista, as donas de casa interagem com esses dispositivos. No Brasil sequer usamos o aspirador de pó robótico, que já normalmente são utilizados em muitos países desenvolvidos. Estamos mais avançados do que a nossa cultura de uso robótico.

Apesar disso, Paulo é enfático ao afirmar que não se trata de um empecilho para o desenvolvimento robótico, mas sim, "um bom sinal pois representa um grande mercado em  potencial para a  robótica. "

"O debate a respeito desse tema durante a realização do Rio Info colabora para a disseminação e sobre o tema que aproxima de uma realidade ideal de termos cursos de engenharia robótica pelo Brasil fruto dessa disseminação", finalizou.