Mais notíciasNa última quinta-feira, 05/06, o Sindicato das Empresas de Informática recebeu empresários do setor para participar do 5º Condomínio de TI. O evento teve como objetivo apresentar o projeto desenvolvido pelo TI Rio em Engenheiro Paulo de Frontin, e mostrar por meio de estudos que o interior do Estado do Rio de Janeiro pode ser uma excelente oportunidade para diminuir os efeitos do déficit de profissionais na área. Segundo a IDC, existe atualmente no Brasil uma carência de aproximadamente 76 mil profissionais.
A abertura do encontro ficou por conta do presidente do Sindicato, Benito Paret, que defendeu a importância de promover ações que visem a expansão do setor de TI, por meio da interiorização das indústrias no Estado, além de falar sobre o papel do TI Rio nesse processo.
Na sequência, o CEO do Condomínio Empresarial, Álvaro de Souza apresentou um relatório realizado pela Softex que traça um perfil das empresas de TI brasileiras. O estudo estima que até o final de 2014, o país irá contabilizar cerca de 80 mil empresas de TI. Apesar de o Brasil ser o quarto maior mercado de TICs do mundo, a maior parte das indústrias do setor são constituídas, sobretudo, por microempresas e empresas de pequeno porte. Mais de 95% das empresas possuem até 19 pessoas ocupadas e menos de 1% contam com cem ou mais pessoas ocupadas.
De acordo com o CEO, o que levou o Sindicato a acreditar no projeto e estabelecer o Condomínio de TI no município de Engenheiro Paulo de Frontin foi o fato de a região reunir condições consideradas favoráveis para o desenvolvimento da indústria de TI, como por exemplo, possuir grande número de mão de obra qualificada e certificada, academias de ponta e incentivos fiscais.
As propostas do Condomínio são tentar descentralizar empresas maduras fluminenses, e localizá-las dentro do espaço do projeto, descobrir o mercado existente no interior, aproximar a academia das indústrias de TI, suprir a falta de mão de obra especializada através do espaço de ‘coworking’, estimular o empreendedorismo, buscar no mercado do Rio de Janeiro trabalhos para serem executados pelos estagiários do condomínio e prospectar tecnologias inovadoras.
Na ocasião, a Gerente NISB do Observatório Softex, Virgínia Duarte foi convidada a debater temas de importância para a expansão do setor como solução para a escassez de Recursos Humanos em TI, fatores de atratividade e modelos de desenvolvimento em projetos de interiorização.
Durante a sua apresentação, a especialista chamou a atenção do público para os dados do estudo “Software e Serviços de TI: A Indústria Brasileira em Perspectiva”, realizado pela Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex) com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) que prevê que o Brasil terá um déficit na área de TI de 280 mil profissionais assalariados em atividades de software e serviços de TI em 2020, se mantidas as atuais condições de crescimento de receita, produtividade e capacidade de contratação de pessoal.
De acordo com Virgínia Duarte, no Brasil como um todo, com exceção apenas de Santa Catarina, a indústria de softwares e serviço é muito concentrada nas capitais e nas regiões ao seu entorno. Outro fenômeno apontado pela gerente é a grande quantidade de profissionais de TI que são absorvidos por empresas de outros setores, que consequentemente deixam de terceirizar estes serviços e a deficiência do ensino e dos alunos que chegam a academia.
Para a especialista, a dissociação do valor da educação dada pelas escolas e do valor do ambiente de trabalho para a nova geração de profissionais que está chegando ao mercado é um problema que afeta todos os setores em todo o mundo.
“O jovem não gosta e não quer estudar nas nossas escolas e ele não gosta e não quer trabalhar em nossas empresas”, argumentou Virgínia.
O encontro discutiu também assuntos como: salário médio do profissional de TI, Empresas de software e serviços de TI expandindo-se para o interior? e Escolas do interior: solução para escassez de recursos humanos em TI?.
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