O Presente e o Futuro da Web - Fórum Tecnológico
Fórum Tecnológico
Focado na apresentação e discussão sobre as principais tendências, o Fórum Tecnológicoreuniu palestras com diversos especialistas nacionais e internacionais no Salão Nobre do Hotel Glória. Foram apresentadas e discutidas as principais tecnologias que estão prestes a dominar o mercado, seja através ferramentas, infra-estrutura ou soluções finais.
O Presente e o Futuro da Web
O Seminário que reuniu diversos nomes com trabalhos voltados para web. A palestra keynote foi de Klaus Birknbihl, coordenador geral dos escritórios internacionais do W3C, consórcio que une organizações de todo mundo, de diferentes áreas tecnológicas, para a criação de padrões web. Ele abordou questões relacionadas à Web Semântica, que permitirá que pessoas e máquinas trabalhem em cooperação.
Para Birknbihl, o grande foco dessa evolução da web é tornar a vida das pessoas ainda mais fácil, uma vez que simplificará pesquisas e melhorará sua qualidade. Isso porque, esse padrão consegue atribuir rótulos aos conteúdos publicados na internet que são perceptíveis pelo homem epelo computador. Dessa forma, ela analisa e compara as informações de acordo com o desejado:
“A Web Semântica fará mash-up, ou seja, juntará dados de todos os lados, facilitando a busca por informações e administrando as informações encontradas. Fica claro o potencial de aplicações úteis desenvolvidos através das combinações”, explicou Klaus. “Na verdade”, disse ele, “assim como hoje as páginas são indexadas visando à busca e combinação em soluções as mais diversas, na Web Semântica, serão os dados por trás dos diferentes sites que serão indexados e acessados diretamente, permitindo uma abrangência a flexibilidade muito maiores. Além disso, através da construção de ontologias por área de conhecimento, os diferentes sistemas poderão compreender diretamente e utilizar o significado desses dados.”
O palestrante deu exemplos de páginas que já trabalham com esse princípio, como o Tripit, voltado para turismo. E para aqueles que sepreocuparam com a conversão dos bancos de dados para a Web Semântica, ele tranqüiliza e diz que não será obrigatória, uma vez que existem ferramentas que os deixarão disponíveis para o novo padrão automaticamente.
Em seguida, Cosette Castro, coordenadora do Centro Nacional de Referência em Inclusão Digital do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, apresentou sua palestra guiada pelo mesmo assunto: o caminho da web e as novas plataformas. Ela falou sobre as novas ordens tecnológicas que estão acontecendo que geram diversas mudanças no comportamento humano.
As formas de se relacionar com o mundo foram alteradas pelos impactos da tecnologia, que criaram redes de relacionamento, modificaram as relações afetivas e a própria linguagem. Cosette destacou o aumento significativo da participação do sujeito nos meios de comunicação e sua produção de conteúdo:
“Hoje temos compartilhamento, construção coletiva de saberes. Nunca tivemos participação tamanha dapopulação, inclusive como produtores de conteúdo. Exemplos disso são a Wikipédia, o jornalismo colaborativo e as comunidades em redes”, comentou.
Cosette também falou sobre os novos horizontes do Centro de Estudos Sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CECIT) e os estímulos para o desenvolvimento de software para celulares, TV, videojogos, rádio, entre outros. Para ela, comunicação e informática precisam caminhar juntos para o desenvolvimento de tecnologia e conteúdo.
Aloy Jupiara, diretor executivo de interatividade do Globo Online, foi o terceiro palestrante a abordar o tema. Ele disse ter mais perguntas do que resposta no que se refere a web, uma vez que a 2.0 ainda não está consolidada, embora acredite que a Web Semântica possa fazê-la caminhar mais rápido.
Ele ainda comentou que a abertura para participação do público é ainda uma das dificuldades administrada pela grande mídia:
“Todo cidadão é especialista e sabe coisas que osjornalistas não sabem. A informação e o conhecimento são feitos coletivamente. Entretanto, uma das maiores dificuldades é encontrar um mecanismo para ‘devolver’ essa participação, ou seja, costurar os dados e levá-los para sociedade como um todo”, explicou Jupiara.
O quarto palestrante, Gil Giardelli, sócio fundador da Permission, abriu seu painel dizendo que a web 2.0 é “o fim do egoísmo duro e o início de uma nova democracia das redes sociais”, e garantiu que todos são a mídia.
Giardelli comentou sobre a importância das redes sociais e sua utilização pelo candidato a presidência de república dos EUA Barack Obama. Segundo ele, o senador construiu estratégia em cima dessas ferramentas para atingir minorias, chegando, em uma delas, à marca de 1 milhão de ‘amigos’.
Além disso, Gil citou as mudanças na economia que acontecem a partir das redes colaborativas, onde até soluções para problemas são ‘vendidas’. Paraquem consegue resolver um problema que foi levado até um determinado site, uma recompensa em dinheiro é dada ao colaborador:
“Precisamos repensar tudo: ética, direitos autorais, privacidade e comunicação”, finalizou.
O último palestrante, Alex Primo, é professor de pós-graduação em comunicação e informática da UFRGS. Ele também falou sobre a importância e o crescimento dos blogs e da participação do sujeito nos jornais. Primo abordou aspectos sobre as diferentes mídias e como elas se encadeiam umas às outras na internet:
“É uma relação simbiótica entre níveis de mídia: micro-mídia, mídia de nicho, grande mídia. Todas se interligam, todas se completam.”, concluiu.
Dessa forma, fica claro que as principais mudanças ocorridas com o avenço da tecnologia foram, entre outras muitas, o aumento da possibilidade de muitos falarem para muitos, de novas possibilidades de troca de informação, e da quebra do modelo de comunicaçãovertical para o horizontal. No futuro, esperam os convidados, será preciso trabalhar ainda mais para resolver os ruídos resultados dessa participação de muitos e absorver apenas o que é válido.
Mariana Mendes | Jornalista
SEPRORJ