A segurança da informação é a principal preocupação de quem pretende contratar serviços de computação em nuvem. "Muitos ainda acham que manter o servidor dentro da empresa garante a segurança dos dados. O que é um equívoco", destaca Rafael Denadai, diretor de pequenas e médias empresas da Telefônica Vivo. Para ele, o uso de ferramentas modernas de segurança - oferecidas pelos provedores de computação em nuvem - é muito mais eficaz do que trancar os computadores em uma sala com sistemas antivírus desatualizados, opções pouco eficientes de backup e sem ferramentas que previnam ataques virtuais. "Os riscos físicos também são maiores.
Os dados podem se perder durante um assalto ou incêndio", diz.
Com a arquitetura em nuvem, explica Denadai, há muita redundância. Se acontece algum problema em um centro de dados, outra unidade começa a operar sistemas e garantir a integridade dos dados armazenados. "O nível de automação é muito grande, o backup acontece em tempo real e a recuperação de dados é automática."
"A capacidade do provedor para investir em soluções de segurança e mantê-las atualizadas é maior do que a das empresas", diz Rui Gonçalves Pereira, diretor da unidade de negócios empresariais da Oi. Por essa característica, ele acredita que a resistência aos serviços de computação em nuvem está sendo vencida. "Temos toda a infraestrutura disponível para assegurar os dados, o cliente contrata o que precisar", explica.
Fábio Cristilli, diretor da TIM, confirma a demanda por serviços de segurança e de armazenamento em nuvem. "Iniciamos a oferta para pessoas físicas de antivírus e backup e, em pouco tempo, somamos dois milhões de assinantes." Com o sucesso, a TIM expandiu o serviço para microempresas e pretende avançar para negócios médios. Entre os cuidados que o contratante deve ter na hora de utilizar soluções em nuvem, Cristilli destaca a pesquisa sobre softwares ofertados. "É importante buscar provedores que mantenham parcerias com especialistas."
Além de segurança, a computação em nuvem traz mobilidade para a empresa. Afinal, é possível acessar sistemas corporativos, documentos e ferramentas de colaboração de qualquer computador, tablet ou smartphone. Carlos Wiltermar, gerente de data center da Synapsis Brasil, aponta que o maior desafio para a tecnologia ainda está na conectividade. "Computação em nuvem depende de banda larga. A infraestrutura de comunicação tem de melhorar para garantir a disponibilidade do serviço."
Ajustar o investimento em tecnologia da informação (TI) ao plano de negócios é um desafio e tanto para empresas iniciantes ou em curva de crescimento. Por isso, as soluções em nuvem estão ganhando cada vez mais espaço no segmento de pequeno e médio porte. "Sem essa modalidade de contratação, nossas estratégias de entrada no mercado e de expansão estariam comprometidas", admite Olavo Santos, diretor de TI da KidZania - empresa que está trazendo para o Brasil um modelo mexicano para educação e entretenimento infantil.
A KidZania está instalando no Shopping Eldorado, em São Paulo, uma cidade temática para os pequenos. Vai ocupar o espaço onde ficava o Parque da Mônica para oferecer, a partir de outubro, entretenimento e educação. "Na cidade, as crianças aprendem brincando sobre profissões, responsabilidade social e convivência em sociedade", explica Santos. O ambiente lúdico, no entanto, exige organização sofisticada. Aos adultos trabalhando por trás da KidZania cabe controlar demanda pelos serviços e alimentação, folha de pagamento, financeiro e tantas outras tarefas administrativas.
Como uma "novata" no Brasil, o modelo da KidZania seria sufocado por um projeto de investimento em TI que exigisse infraestrutura computacional própria. Por isso, a opção da franqueada foi contratar soluções em nuvem. Com gestão da Dedalus - especializada na oferta de infraestrutura de TI -, contratou soluções da Google Apps e da Amazon. "Nosso investimento em máquinas estará resumido a computadores comuns para inserção dos dados, rede local e conectividade à internet, tanto no parque como no escritório", conta.
A possibilidade de ampliar a capacidade computacional rapidamente, e de acordo com a demanda, foi um dos pontos decisivos para entrar na nuvem. "Estamos iniciando o negócio e não temos ideia da velocidade em que as coisas vão progredir", diz. Outro ponto está na sazonalidade. "Durante as férias escolares, esperamos aumento no movimento e precisaremos 'esticar' a capacidade, voltando ao consumo tradicional após o período", comenta Santos.
A computação em nuvem também facilitará a expansão no Brasil. "Após abrirmos em São Paulo, queremos levar a KidZania para outras cidades. Com os sistemas em nuvem, fica muito fácil montar a infraestrutura de TI e gerenciar o negócio", afirma Santos.
A gestão compartilhada com o sócio que mora na Espanha é o principal motivo pelo qual Denis Gonçalves, da Madribras Importadora, migrou o sistema de gestão empresarial (ERP) para a nuvem. "Ele consegue acessar as ferramentas utilizadas pela empresa e trabalhar em outro país. Ganhamos tempo e somos mais ágeis na hora de tomar decisões", comenta.
Como a operação de comércio exterior é bastante complexa, a Madribras sempre utilizou sistemas de gestão. O crescimento do negócio levou a busca por um novo provedor de serviço: a Totvs. "Além de atender nossas demandas empresariais, a empresa nos ofereceu a plataforma em nuvem, resolvendo a questão da gestão compartilhada", explica.
A mobilidade permitida pelo acesso dos sistemas por internet incrementou ainda a atividade dos vendedores da empresa. No escritório em Ribeirão Preto (SP), a Madribras mantém 12 pessoas. "Mas a equipe comercial soma 40 profissionais espalhados pelo Brasil", revela Gonçalves. Com a migração para a nuvem, eles podem acessar posição de estoque em tempo real e realizar pedidos durante a visita no cliente. "Eliminamos o risco de vender o que não temos e melhoramos muito o atendimento", finaliza.
Site: Valor Econômico
Data: 31/07/2014
Hora: 5h
Seção: Empresas
Autor: Ediane Tiago
Link:
http://www.valor.com.br/empresas/3632716/provedores-garantem-protecao-dos-dados-armazenados