Todos os anos, o Gartner publica o HypeCycle de tecnologias emergentes, uma espécie de boletim de várias tendências e modismos. Este ano, a Internet das coisas aparece no topo da lista.
O Gartner acredita que a maioria das tecnologias emergentes passa por um processo natural em que, em determinado momento, atinge um pico de expectativas exageradas. À medida que as tecnologias amadurecem, os mercados geralmente passam por uma fase de desilusão, antes que elas comecem a se tornar mainstream e parte do cotidiano tecnológico.
Junto com a Internet das Coisas, os sistemas de linguagem natural e as interfaces wearable também figuram no topo da lista. As três tecnologias devem se tornar mainstream em 5 a 10 anos, prevê o Gartner.
Alguns chavões do ano passado estão começando a se tornar mainstream agora. Entre eles, a computação em nuvem. Há ainda uma expectativa elevada em torno das nuvens híbridas, mercado que deve amadurecer em dois a cinco anos.
A Impressão 3D aparece várias vezes na lista. A Impressão 3D para o mercado de consumo é hype, enquanto a impressão 3D corporativa e a digitalização 3D já caminham em direção a tornarem-se mainstream, segundo o Gartner.
Big Data e sistemas de gerenciamento de banco de dados in-memory começam a cair, enquanto gamification (o processo de atribuição de medalhas e recompensas, geralmente utilizando técnicas de jogos) também. No ano passado, Big Data figurava no topo da lista.
Entre as tecnologias que caminham para se tornar hype estão os veículos autônomos, a análise preditiva, robôs inteligentes, displays holográficos, tudo definido por software, computação quântica e da casa conectada. Todas figuram no HypeCycle para os próximos 20 anos.
As informações do relatório especial HypeCycle for Emerging Technologies 2014 oferecem aos executivos e e líderes empresariais uma avaliação da maturidade, dos benefícios e das diretrizes futuras para mais de 2 mil tecnologias, agrupadas em 119 áreas.
“São tecnologias que estão no centro das atenções, particularmente nos altos níveis de hype, ou aquelas que, segundo o Gartner, têm potencial para crescimento ou para um impacto significativo”, diz Janelle B. Hil, Vice-presidente distinta do Gartner, que falará sobre transformação digital durante Gartner Symposium/IT Expo 2014, evento que acontece entre os dias 27 e 30 de outubro, no Sheraton São Paulo WTC Hotel.
“As empresas deveriam usar esse ciclo para identificar quais tecnologias estão surgindo e quais podem ser utilizadas como fator de transformação para seus negócios”, completa Janelle B. Hil.
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Como estabelecido no roadmap do Gartner para empresas digitais, há seis modelos de eras de negócios progressivas com as quais as empresas podem se identificar atualmente e quais poderão almejar no futuro: Analógica, Web, E-Business, Marketing Digital, Empresa Digital e Autônoma.
Como o HypeCycle para Tecnologias Emergentes está focado, propositadamente, em tecnologias mais emergentes, ele proporciona suporte, principalmente, às últimas três fases: Marketing Digital, Empresa Digital e Autônoma.
Marketing Digital: A fase do Marketing Digital observa o surgimento do Nexo das Forças (móvel, social, Nuvem e informação). As empresas que estão nessa fase concentram-se em formas novas e mais sofisticadas para chegar aos clientes, que querem, cada vez mais, participar dos esforços de marketing para conseguir conexão social ou valor de produtos e serviços. Os compradores de produtos e serviços têm mais influência nas marcas do que anteriormente e olham seus equipamentos móveis e as redes sociais como os portões (gateways) preferidos. As empresas lutam para explorar as influências dos compradores e aumentar seus negócios. As tecnologias indicadas abaixo representam a fase do Marketing Digital: Software DefinedAnything (Qualquer Coisa Definida por Software); Displays Volumétricos e Holográficos; Neurobusiness; Ciência dos Dados; Analíticas Prescritivas; Processamento de Eventos Complexos; Big Data; DBMS In-Memory; Analíticas de Conteúdo; Computação em Nuvem Híbrida; Gameficação; Realidade Aumentada; Computação em Nuvem; NFC; Realidade Virtual; Controle de Gestos; Analíticas In-Memory; Fluxos de Atividades; Reconhecimento de Fala.
Empresa Digital: A Empresa Digital é a primeira fase pós-Nexo no roadmap e tem o foco na convergência das pessoas, empresas e coisas. A Internet das Coisas e o conceito de tornar indistintas as palavras físicas e virtuais são conceitos fortes nessa fase. Os ativos físicos passaram a ser digitalizados e se tornaram atores iguais na cadeia de valor dos negócios, junto com as entidades digitais, tais como sistemas e apps. A impressão em 3D leva a digitalização de itens físicos mais adiante e fornece oportunidades para uma mudança disruptiva na cadeia de suprimentos e manufatura. A capacidade de digitalizar atributos das pessoas (como a saúde de sinais vitais) também faz parte desta fase. Até mesmo a moeda (que, frequentemente, já é vista como sendo digital) pode ser transformada (por exemplo, criptomoedas). As empresas que procurarem passar pelas tecnologias do Nexo de Forças para se tornarem empresas digitais devem olhar para estas tecnologias adicionais: Sensoriamento Bioacústico; Segurança Digital; Local de Trabalho Inteligente; Casas Conectadas; Sistemas de Bioimpressão em 3D; Computação Afetiva; Tradução Speech-to-Speech (Fala para Fala); Internet das Coisas; Criptomoedas; Interfaces de Usuários que podem ser vestidas; Impressão em 3D do Consumidor; Serviços de Comunicação Máquina-a-Máquina; Monitoramento Móvel da Saúde; Impressão Empresarial em 3D; Scanners em 3D; Telemática do Consumidor.
Autônoma: Autônoma é fase final pós-Nexo. Ela é definida pela capacidade das empresas alavancarem tecnologias que ofereçam capacidades como as humanas, ou que as substituam. Utilizar veículos autônomos para movimentar pessoas ou produtos, ou usar sistemas cognitivos para escrever textos ou responder às perguntas dos clientes, são exemplos que marcam essa fase. As empresas que querem ganhar competitividade devem levar em consideração essas tecnologias do HypeCycle: Assistentes Pessoais Virtuais; Aprimoramento Humano; Interface Cérebro-Computador; Computação Quântica; Robôs Inteligentes; Biochips; Conselheiros Inteligentes; Veículos Autônomos; Respostas a Perguntas em Idioma Natural.
"Embora tenhamos categorizado cada uma das tecnologias do HypeCycle em alguma das fases digitais, as empresas não devem se limitar a esses agrupamentos de tecnologias”, diz Le Hong. “Muitos que as adotaram precocemente também adotaram tecnologias bem avançadas, como veículos autônomos e conselheiros inteligentes e, ao mesmo tempo, continuam a aprimorar áreas relativas ao Nexo, como apps móveis. Portanto, é importante observar o panorama geral”.
Site: CIO
Data: 15/08/2014
Hora: 12h32
Sessão: Tecnologia
Autor: Brandon BUtler
Link: http://cio.com.br/tecnologia/2014/08/15/internet-das-coisas-assume-o-lugar-de-cloud-no-topo-do-hypecycle-do-gartner/