*Marcelo Ramos
Não é novidade que as empresas estão cada vez mais investindo em TI e isso não é apenas uma tendência nos países desenvolvidos. Segundo estudo de mercado realizado pela Gartner, “em 2017, os países emergentes vão liderar o desenvolvimento de arquitetura das cidades inteligentes.” E essa demanda está gerando oportunidades que devem ser aproveitadas hoje.
Não é difícil imaginar que até 2015, um quarto dos consumidores do Brasil, Índia, Rússia, China e México vão armazenar seus dados na nuvem. Num futuro próximo, as empresas se guiarão por análises de perfil de consumidores antes de lançar seus produtos no mercado. No Brasil, a virtualização e gerenciamento da experiência do cliente serão prioridades. Mas a busca por serviços de TI vai muito além disso.
Carros conectados, compras via terminais em estações de metrô e eletrodomésticos inteligentes são apenas algumas das tecnologias que já estão ganhando espaço também nos países emergentes. E para atender a essa demanda, é necessário que as empresas de TI estejam preparadas para oferecer serviços integrados, que sejam capazes de se comunicar com diferentes sistemas com rapidez e segurança.
Se por um lado os países emergentes buscam igualdade em tecnologia com os países desenvolvidos, por outro lado, oferecem oportunidades regionais que devem ser aproveitadas pelas empresas de TI. E alguns segmentos da economia já estão saindo na frente: os serviços públicos, por exemplo, já utilizam medidores inteligentes para coletar informações de consumo em tempo real e oferecer outros serviços.
Instituições financeiras já estão executando pilotos como “The Open Bank Project”, aplicação que permite instituições financeiras melhorar suas ofertas digitais de forma rápida e segura utilizando um ecossistema integrado.
O varejo vem implantando experiências inovadoras de consumo, observando cada cliente onde quer que esteja, segundo seu hábito de consumo particular, e com acesso em tempo real ao desempenho de pontos de vendas para reposição de estoques – exigindo inclusive sofisticação na integração com os fabricantes de bens de consumo e a indústria em geral.
Porém, para que tudo isso seja viável, é necessária uma infraestrutura que possibilite a governança no fluxo de dados, concentrando as informações e garantindo condições para essa oferta de serviços. É vital que as empresas possuam um nível de gerenciamento de seus dados críticos, fundamental para a prosperidade de mercados emergentes na nova economia digital.
E é aí que entram, por exemplo, as APIs (Application Programming Interfaces): tecnologia de integração entre sistemas diferentes e independentes, que viabiliza a interação entre os clientes e os serviços oferecidos pelas empresas. Inclusive, a crescente demanda por acesso à informação a qualquer hora e lugar abre ainda mais espaço para novas tecnologias baseadas em APIs nesses países.
As interações B2B por meio de API’s vão proporcionar novos modelos de negócio e trazem uma série de vantagens como: suportar aumento do volume de interações ao facilitar o relacionamento com os clientes; ampliar a notoriedade da marca; compreender melhor e mais rapidamente as necessidades do mercado e ser o canal preferencial, por meio da diferenciação.
No geral, as APIs oferecem soluções para a segurança e visibilidade no fluxo de dados das empresas, para ajudá-las a desfrutar os benefícios de soluções inovadoras como Mobile-Payment, BYOD (Bring Your Own Device onde os dispositivos pessoais dos funcionários integram-se a infraestrutura das empresas), Internet das Coisas, entre outras.
Experiências recentes mostram que o mercado dos países desenvolvidos está aberto para quem souber aproveitar as oportunidades. E o Brasil, sendo um dos principais mercados emergentes na área de TI, está cheio delas. Basta criatividade e inovação para aproveitá-las.
*Marcelo Ramos é vice-presidente sênior e gerente-geral da Axway para América Latina
Site: Computerworld
Data: 03/09/2014
Hora: 13h42
Seção: Opinião
Autor: Marcelo Ramos
Link: http://computerworld.com.br/blog/opiniao/2014/09/03/oportunidades-e-desafios-dos-paises-emergentes/