Ausência da Oi no leilão do 4G pode causar prejuízo de R$ 2 bilhões ao governo

25/09/2014



A Oi está oficialmente fora do leilão da faixa de 700 MHz, que será destinada à internet 4G. O leilão, que ocorre no dia 30 de setembro, terá participação apenas da Vivo, Claro, Tim e Algar (CTBC).

Com uma dívida três vezes maior que o seu valor de mercado, a Oi perde espaço e terá uma participação coadjuvante na internet 4G do país. Caso agravado na situação da empresa que é carente de participação em frequências abaixo de 1 GHz, com possibilidades de 2,5 GHz e 1,8GHz, como informa comunicado da própria companhia. As informações são so site Convergência Digital.

O gerente de processos normativos da Oi, Luiz Catarcione, assumiu a carência da empresa neste sentido. “Existe um portfólio diversificado de frequências, mas há desequilíbrios que afetam a competição quando se considera as que têm acima e abaixo de 1 GHz. A Oi é a operadora que mais sofre, porque é a que tem menos frequências baixas”, afirmou.

As principais competidoras da Oi no mercado interno, Vivo, Tim e Claro, detêm faixas de 850 MHz e 900 MHz. A diferença é que faixas mais baixas possuem um alcance maior e exigem um número menor de estações rádio base, fazendo com que os gastos também sejam menores.
A operadora pode, no entanto, se beneficiar caso outro leilão seja realizado. No atual estão em disputa nacos do espectro entre 698 MHz a 806 MHz, mas a Anatel ainda discute o que fazer com as faixas de 806 MHz a 821 MHz, que atualmente estão em uso pela Nextel para serviço de trunking.

Com a desistência da Oi de participar do leilão, quem pode sair prejudicado é o governo federal, que torce agora para que as demais operadoras fiquem com fatias maiores da faixa de 700 MHz. Isso porque a ausência da Oi pode representar um “prejuízo” estimado em mais de R$ 2 bilhões.

O prejuízo aconteceria pois a venda não inclui apenas a faixa dos 700 MHz, mas também gastos adicionais com limpeza da faixa e despesas com distribuição de conversores digitais e antenas receptoras. A Anatel programou que cada uma das quatro grandes operadoras saísse com uma fatia de 10+10 MHz de espectro. A ausência da Oi já traz uma possibilidade de R$ 1,9 bilhão a menos, que representa o preço mínimo dos blocos de cobertura nacional.

Assim, o ressarcimento aos radiodifusores, que é de responsabilidade das empresas vencedoras e estimado em R$ 3,6 bilhões, seria dividido entre menos empresas. O valor que as companhias gastariam a mais para cobrir a ausente será descontado do preço público da faixa, diminuindo ainda mais o lucro com a venda.

Caso isso realmente aconteça, seria difícil que o governo conquistasse a arrecadação esperada de quase R$ 8 bilhões em outorgas no leilão. É possível pensar, no entanto, que as empresas participantes queiram ficar com uma parte maior da faixa de 700 MHz e dessa forma anulem, financeiramente, a falta da Oi.

O leilão poderia ter a seguinte dinâmica: na primeira rodada cada operadora adquire os 10+10 MHz previstos e sobrariam os 10+10 MHz que seriam da Oi. Na segunda rodada eles seriam divididos em lotes de 5+5 MHz, podendo as operadoras comprar estes pedaços menores. Dessa forma, uma operadora poderia sair do leilão com 20+20 MHz, que seria uma fatia privilegiada, no entanto sob a condição de investir R$ 2 bilhões a mais.

Site: Canaltech
Data: 24/09/2014
Hora: 16h08
Seção: Telecom
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Link: http://corporate.canaltech.com.br/noticia/telecom/Ausencia-da-Oi-no-leilao-do-4G-pode-causar-prejuizo-de-R-2-bilhoes-ao-governo/