Novas regras são necessárias para proteger redes móveis da Internet das Coisas

15/10/2014

O sonho da Internet das coisas (IoT) pode se  transformar em um pesadelo para as operadoras móveis, se as aplicações forem programadas de forma desleixada ou os sensores muito comunicativos sobrecarregarem as redes com tráfego de sinalização. Para evitar isso, uma série de operadoras concebeu um novo conjunto de diretrizes de utilização de redes dirigido aos fabricantes de dispositivos IoT e programadores.

As operadoras de telefonia móvel não querem ser pagas de surpresa quando o tráfego associado à Internet das coisas crescer. Assim, a AT & T, a China Mobile, a Deutsche Telekom, a NTT DoCoMo, a Orange, a Telefónica e a Telenor Connexion suportam todas as regras estipuladas no documento “IoT Device Connection Efficiency Guidelines“, publicado na última segunda-feira pela GSM Association (GSMA).

O principal objetivo é assegurar que as aplicações, dispositivos e os módulos celulares, nos quais se baseiam, possam se comunicar de forma eficiente com as redes. O tráfego de sinalização é informação que ajuda a rede a se comunicar com dispositivos de configuração e a terminar chamadas ou sessões de transmissão de dados.

Se houver mais tráfego de sinalização do que a rede pode suportar, os usuários não serão capazes de fazer ligações ou conectar-se à Internet. A largura de banda reservada para sinalização de tráfego é tipicamente muito mais estreita do que a aquela reservada ao tráfego de dados.

Pequenos dispositivos embarcados, enviando muitas mensagens curtas, poderão criar volumes de tráfego de sinalização muito maiores do que fazem os dados, o que levou às preocupações das operadoras.

Por isso aos programadores é recomendado que criem aplicações capazes de agregar o máximo de dados antes do processo de compressão. Devem usar nas aplicações mecanismos de conectividade permanente, em vez de ativação e desativação regular das conexões de rede, segundo as diretrizes. Isso deverá diminuir o tráfego de sinalização.

Recentemente, a GSMA também disponibilizou uma nova norma que deverá dinamizar mais o mercado de M2M.

De acordo com um estudo da Beecham Research, a norma eUICC Embedded SIM Specification deve “acelerar e ajudar a transformar” o mercado de M2M (“machine to machine”) e de Internet das coisas. O trabalho foi lançado em parceria com a GSMA, para coincidir com o anúncio de que as principais operadoras móveis, junto com fabricantes de cartões e módulos SIM, apresentam soluções conformes com a nova especificação.

O uso dos tradicionais cartões SIM apresenta desafios na inserção e substituição em dispositivos M2M nos setores dos transportes, eletrônica de consumo, utilities e outras aplicações. Há custos agregados que criam barreiras às vendas.

Para superar esta situação, um cartão SIM não removível, incorporado ao produto ainda nas linhas de montagem, permitirá o provisionamento remoto de um perfil de usuário a partir da contratação do serviço da operadora, proporcionando a conectividade. Isso elimina a necessidade de substituição dos cartões SIM durante a vida útil de cada produto M2M, reduzindo os custos operacionais e logísticos em curso, ajudando a agilizar os processos.

O estudo da Beecham Research analisa as várias oportunidades de negócio específicas de cada setor - automotivo, de eletrônica de consumo e de medição inteligente, entre outros. Uma das conclusões do trabalho é que os dispositivos instalados pelos fabricantes devem aderir a uma única especificação normalizada mundialmente através das operadoras de telefonia móvel, com o objetivo de abrir novas oportunidades de mercado.

“A disponibilidade da especificação eUICC Embedded SIM é muito importante para o mercado de dispositivos conectados”, disse Robin Duke-Woolley, diretor executivo da Research Beecham. "A norma é direcionada principalmente à comunidade OEM, para tornar mais fácil e simples desenvolver conectividade móvel nos produtos e vendê-los através de mais canais”.

"A solução também abre um considerável mercado de segunda mão para uso contínuo de serviços de suporte, por segundo e subsequentes proprietários de automóveis e objetos eletrônicos”.

As novas especificações deverão levar um aumento de 34% na base instalada de produtos até 2020, face às projeções baseadas na utilização de apenas tecnologias proprietárias.

Site: CIO
Data: 15/10/14
Hora: 8h25
Seção: Tecnologia
Autor: ------
Link: http://cio.com.br/tecnologia/2014/10/15/novas-regras-sao-necessarias-para-proteger-redes-moveis-da-iot/