O mercado de capitais demonstrou entusiasmo e partiu à caça de companhias capazes de propor modelos de negócios disruptivos para injetar um caminhão de dinheiro. Até o final do terceiro trimestre desse ano, fundos de venture capital aplicaram US$ 13,9 bilhões em empresas norte-americanas de software. O volume superou o total aplicado durante todo ano de 2013 (US$ 11,1 bilhões).
De acordo com levantamento da PricewaterhouseCoopers e da National Venture Capital Association, grande parte dos recursos se destinaram a alavancagem de empresas de serviços de base tecnológica, a exemplo de Uber e Airbnb – que levantaram aportes de US$ 1,2 bilhão e US$ 500 milhões, respectivamente. Soma-se a isso uma recuperação no cenário de ofertas públicas de ações (IPO) por organizações investidas por fundos de risco.
O sucesso de algumas startups criou certa euforia no mercado geral. Algumas conseguiram certas proezas de redefinir determinados nichos e indústrias, como os dois exemplos citados no parágrafo acima. Isso desencadeou um efeito interessante de apetite a risco por fundos que vão além do capital de risco, como os de hedge, que vem inflando as cifras alocadas em organizações nascentes, de acordo com o relatório da PwC.
“Normalmente, uma empresa começa pequeno, recebe capital, vai a público para então tornar-se global. A questão agora é que elas podem se tornar globais antes mesmo de ir para a bolsa”, observa Mark McCaffrey, líder da divisão de software e tecnologia da PwC.
Segundo o relatório, fundos de capital de risco (venture capital) investiram US$ 8,74 bilhões em empresas específicas de internet até o fim do terceiro trimestre. A última vez que o investimento em companhias de internet superou esse montante foi em 2001, quando o total chegou a US$ 9,7 bilhões e a bolha pontocom estourou.
Por empresas de internet entende-se aquelas cujo o modelo de negócios depende da rede mundial para sua operação. É preciso considerar a inflação do período, a evolução da web nesse meio tempo e o eventual amadurecimento do modelo de negócios com a experiência passada, o que minimiza a necessidade de temer uma nova bolha.
As empresas de serviços de TI quebraram a marca do bilhão e receberam US$ 2,2 bilhões em financiamento até agora. Outras áreas quentes nesse mesmo nicho apontam para provedores de soluções de cibersegurança e computação em nuvem.
Apesar do bom momento, os recursos diminuíram em relação ao segundo trimestre do ano. A PwC acredita, contudo, que isso não significa que a fonte está secando. Demonstra, apenas, uma concentração dos aportes maiores feitos no Uber e Airbnb, que puxaram para um lado o peso da balança.
O valor total movimentado por companhias de capital de risco em empresas privadas atingiu US$ 33,2 bilhões, avançando sobre os US$ 29,8 bilhões verificados em 2013, de acordo com o relatório. A previsão é que o volume extrapole a marca de US$ 40 bilhões – o que mais uma vez coloca esse ano em linha com os números de 2001.
Site: Computerworld
Data: 20/10/14
Hora: 10h30
Seção: Negócios
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Link: http://computerworld.com.br/negocios/2014/10/20/capitalistas-procuram-empresas-disruptivas-de-ti/