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Gartner ressuscita SOA como núcleo da transformação digital
30/10/2014
Não que a arquitetura orientada a serviços tenha morrido. Contudo, depois de uma onda de projetos milagrosos que em sua grande maioria não atingiram o sucesso preconizado, muita gente desistiu ou engavetou projetos. Ao que tudo indica, assim como aquela velha calça boca de sino que fez sucesso no passado e andava esquecida no fundo de um armário, a moda voltou. E, segundo o Gartner, dessa vez é para ficar.
A consultoria colocou o tema com uma capacidade ‘core’ da tão propagandeada revolução digital pela qual terão que passar as organizações. Mas, espere, se não deu certo no passado por que daria certo agora?
A resposta, segundo Alvaro Melo, executivo do Gartner que tratou a questão, é: os projetos fracassaram ou não tiveram os objetivos que almejavam pois eram abordagens meramente técnicas. Contudo, vale lembrar que no auge do SOA, todo mundo afirmava que as soluções propostas para os iniciativas sempre nasciam com análises que iam além do aspecto meramente técnico.
A diferença, indica o consultor, é que a arquitetura orientada a serviços de hoje trata-se de um esforço alinhado aos anseios da direção das organizações que pretendem trilhar o caminho do digital – ou, em outras palavras, aproveitar a abundância de tecnologias para criar vertentes que lhe permitam explorar novos negócios e obter novas receitas a partir da utilização de recursos computacionais.
A ideia é que a abordagem no modelo SOA ajude as companhias a amarrar essas tecnologias e transformá-las em ativos que conectem as organizações dos mais diversos setores ao mercado. Lembre-se: na visão do Gartner, é preciso considerar um ecossistema digital, que tem muito mais a ver com elementos de fora do que de dentro dos muros da corporação.
As outras duas capacidades que ocuparão o núcleo das empresas digitais são um ERP e ferramentas de analytics. Quanto ao software de gestão empresarial, observa a consultoria, será algo totalmente repaginado com relação aos modelos atuais e terá a maior parte de seus componentes rodando em nuvem. Já as ferramentas de análise emergem como vetores para tratar questões vinculadas à internet das coisas (IoT).
Renasce SOA, adormece o CDO
Mesmo a pessoa mais desatenta perceberá que vivemos um tempo de transição intensa na indústria – que anima muitos, com esse que aqui escreve. Outra observação do Gartner com base no contexto atual versa sobre a “aposentadoria” da sigla de CDO (chief digital officer). Em um mundo onde big data é uma realidade, a posição parece tão estranha quanto o renascimento do SOA. Mas há uma justificativa para a afirmação.
No ano passado, esse profissional aparecia em 7% das mais de 2 mil empresas entrevistadas pelo Gartner. A ideia é que esse percentual subiria para 20% em dois anos. As coisas, contudo, mudam rápido. A própria consultoria já considera que trata-se de uma posição que tende a ser diluída entre outros profissionais dentro da estrutura das corporações a medida que a agenda digital permeia todos líderes da empresa.
O “fim” do CDO, apesar de tudo, não foi em vão. Ele atuou como uma espécie de João Batista do Novo Testamento: funcionou como um evangelizador dentro das organizações (e possivelmente terá papel relevante na história das companhias, mesmo que por um período mais curto). A ideia do Gartner é que os CIOs incorporem seu legado e assumam a liderança de iniciativas da área. Considerando a metáfora cristã, resta saber se esses executivos vão querer assumir essa tarefa.
Site: Computerworld
Data: 29/10/14
Hora: 08h08
Seção: Negócios
Autor: Felipe Dreher
Link: http://computerworld.com.br/negocios/2014/10/29/gartner-ressuscita-soa-como-nucleo-da-transformacao-digital/