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Entidade britânica de fomento mira oportunidades em cibersegurança no Brasil
31/10/2014
A entidade britânica comércio e investimento (UK Trade and Investment) olha com entusiasmo para o mercado brasileiro. Na visão de Clive Jones, diretor da associação, o Brasil soa “extremamente atrativo” na oferta de ferramentas tecnológicas de segurança.
Questionado pela Computerworld de Portugal sobre a hipótese de as organizações britânicas fazerem uma aliança com entidades portuguesas para entrarem mais facilmente no espaço brasileiro, o responsável colocou a questão nas mãos dos potenciais parceiros.
Apesar disso, não rejeitou a ideia. Durante a semana dedicada à cibersegurança, a embaixada promoveu o mercado britânico como ambiente de negócio, dinamizado pelo governo inglês, mas também como ponto de partida de exportação.
O responsável evidenciou os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro, como polo dinamizador do segmento de cibersegurança e especialmente interessante.
Computerworld ? Qual é o potencial do mercado britânico de soluções de segurança da informação?
Clive Jones ? A procura tem crescido muito rapidamente. As grandes empresas investem muito em tecnologia e formação, mas estamos a ver muitas PME e microempresas, com maior atenção ao tema. Há crescimento entre esse tipo de clientes.
CW ? E em que segmentos de cibersegurança?
CJ ? O mercado de cibersegurança vale hoje mais de 7,6 mil milhões de euros [seis mil milhões de libras]. Considerando as ameaças, os maiores segmentos são os das infraestruturas críticas, utilities e sector dos serviços financeiros.
Mas esses são muito maduros. As oportunidades de crescimento estão nas empresas mais pequenas, áreas de menor ameaça. Entre os pequenos retalhistas online, a procura tem crescido nos últimos dois anos. E sabemos que o registo de vulnerabilidades está a crescer: 80% das grandes organizações, e 60% das pequenas, sofreram intrusões.
CW ? Disse antes que esses números desceram, mas o valor do impacto cresceu.
CJ ? Cresceu de 600 mil libras para 1,2 milhões nas grandes. Nas pequenas, o custo de 60 mil na maior cresceu para 120 mil de ano para ano.
CW ? O governo britânico está a desenvolver iniciativas de promoção da cibersegurança. As empresas portuguesas poderão beneficiar disso?
CJ ? Sim, o governo está a promover a consciencialização sobre as ameaças e intrusões e assim, indiretamente, está a estimular o mercado. O Reino Unido tem uma economia muito aberta e as empresas apostam em comprar produtos de seguranças mais adequados.
Adquirem a fornecedores ingleses, em conformidade com normas britânicas, mas também a estrangeiras, cuja tecnologia respeite regras internacionais.
CW ? Que características específicas tem o mercado britânico, nos processos de venda, para o segmento de PME? Há alguma particularidade a ter em atenção?
CJ ? O crescimento do retalho online tem uma taxa de penetração muito alta na população. A banca online também e mais do que noutros países.
As empresas mais pequenas têm, geralmente, menos competências, muito poucas têm um responsável por gestão de risco da informação a tempo inteiro ou alguém equivalente. A maior parte faz outsourcing disso.
CW ? Como é que as empresas portuguesas e as suas ofertas podem encaixar na vossa estratégia de cibersegurança? Têm dados para fornecer às empresas portuguesas?
CJ ? Sim, podemos fornecer vários dados sobre importações e exportações. O nosso maior interesse é exportar a nossa tecnologia. Queremos exportar 2,5 mil milhões de euros em cibersegurança até 2016, mas também acolheremos bem o investimento de fora. Contudo, não há um processo específico de cibersegurança, engloba empresas de TIC em geral.
CW ? Quais são as prioridades?
CJ ? Os mercados de países em rápido crescimento, já bastante preparados para a economia digital.
CW ? E precisam das empresas portuguesas para entrar no Brasil, mais facilmente?
CJ ? O Brasil tem um mercado de cibersegurança extremamente atrativo para as empresas britânicas. O conhecimento e a experiência obtidas nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, podem ser aproveitados.
CW ? Os parceiros portugueses podem ser vistos como oportunos para entrar no mercado brasileiro?
CJ ? A abordagem terá de ser decidida pelas empresas britânicas, mas as parcerias são frequentemente usadas para entrar em novos mercados.
Site: Computerworld
Data: 30/10/14
Hora:8h05
Seção: Negócios
Autor: -------
Link: http://computerworld.com.br/negocios/2014/10/30/entidade-britanica-de-fomento-mira-oportunidades-em-ciberseguranca-no-brasil/