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Educação é essencial para evitar escândalos como NSA, diz pesquisador
06/11/2014
De acordo com Stephen Cobb, pesquisador sênior de segurança da ESET nos Estados Unidos, a educação é fundamental para evitar o vazamento de dados em escândalos como o da NSA. A informação foi dita durante o primeiro Fórum de Segurança da ESET na América Latina, que aconteceu nesta semana na Bahia.
Para Cobb, o conhecimento de noções básicas de segurança online deve acontecer em três níveis. O primeiro deles é, por incrível que pareça, entre executivos. Segundo o pesquisador, muitos funcionários de altos cargos em empresas não possuem a compreensão que deveriam acerca de assuntos como brechas, rastreamento e sistemas. Em seguida estão as escolas, que devem não ensinar noções complexas de segurança, mas sim mostrar às crianças que "a tecnologia tem benefícios, mas também pode ter seu lado ruim". Por fim, estão a família e amigos.
Um estudo feito pela ESET mostra que após a revelação do ex-agente da NSA, Edward Snowden, de que o governo americano monitorava americanos, empresas e até mesmo governos na internet e ligações telefônicas, 47% dos americanos mudaram seu compartamento online. Além disso, 81% dos entrevistados disseram querer novas leis para regular a vigilância do governo. A pesquisa foi feita em fevereiro deste ano, com 2.034 americanos acima de 18 anos, sendo que 1.691 estavam familiarizados com as revelações do escândalo.
Contudo, o mesmo levantamento revela um dado importante. A maioria dos entrevistados disse se preocupar mais com empresas monitorando e armazenando seus dados para lucro próprio (51%), do que a vigilância por meio do governo (21%). Além disso, 9% afirmaram não ter preocupações e ou ter outras preocupações que as listadas (11%).
O dado se confirma em outra porcentagem em que 58% das pessoas afirmaram estar mais preocupadas com hackers (75%) do que com a vigilância e coleta de dados pelo governo (18%). Outros 4% disseram não se preocupar e 3% afirmaram ter outras preocupações.
Sendo assim, o papel do profissional de TI é, de acordo com Cobb, ser sensível a esses assuntos e informar as pessoas sobre problemas como o monitoramento e armazenamento de informações pelos governos. "Se você é um engenheiro do Facebook e tem que coletar dados mais do que gostaria, você pode usar o seu conhecimento para educar as pessoas nesses assuntos", exemplifica.
O papel das empresas
A pesquisa feita pela ESET revela ainda que 74% dos entrevistados admiram uma companhia que confronta o acesso do governo a informações pessoais. Como afirma Stephen, "confiança é algo essencial para a atividade online". No estudo, 60% dos americanos disse ter menos confiança das empresas de tecnologia após o escândalo da NSA.
No que diz respeito a diminuição de atividades, 24% afirmaram que estavam mais inclinados a enviar menos e-mails e 26% mais inclinados a fazer menos compras online.
Como recorda Cobb, a encriptação pode ser uma solução para as companhias evitarem o monitoramento de seus dados ou de seus usuários, no entanto, isto não é o suficiente. "As empresas acham que fecharam suas portas, mas esquecem de monitorar a atividade nos seus sistemas, suas redes", afirma.
"Muitas vezes, uma rede dentro de uma companhia cresce e ela acha que está 'tudo ótimo'. Porém, é muito fácil para alguém fazer transmissões de um FTP, por exemplo, se a rede não é mais checada periodicamente. Pode ser trabalhoso, mas é o que as empresas deveriam fazer", finaliza.
* A repórter viajou à Costa do Sauípe a convite da ESET
Site: Olhar Digital
Data: 05/11/14
Hora: 15h40
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Autor: Sthepanie Hering
Link: http://olhardigital.uol.com.br/pro/noticia/45054/45054