EILD: apenas 0,5% dos links são acima de 2 Mpbs

12/11/2014

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deve regular o provimento para o mercado corporativo? O tópico, levantado durante o painel no VII Seminário TelComp 2014, realizado nesta terça-feira, 11/11, em São Paulo, foi abordado pelo conselheiro da Anatel, Rodrigo Zerbone. “Esta questão, se a Anatel precisa ou não se preocupar com o mercado corporativo ou se ficamos só com residencial e varejo, sempre surge.  O conselho da Anatel já deu sinais de que este mercado precisa ser analisado e estudado de que forma atuar sobre ele.”

Em sua apresentação, Zerbone colocou o setor de telecomunicações equiparado com o de energia elétrica como sendo insumo essencial para a economia do País, incrementando a competitividade e a produtividade das empresas. “A abordagem regulatória deve endereçar dois pontos: o incremento à competição e a questão de incentivos a investimentos em redes, que tem relação direta com nível de competição.” Sob a ótica do mercado corporativo, a Anatel foca em dois pontos críticos de atuação regulatória: o acesso à rede de terceiros, por meio dos contratos de exploração industrial de linha dedicada (EILD), que é fundamental para o crescimento e o desenvolvimento de um mercado sadio, e a construção de redes próprias.

Neste sentido, a Anatel, de acordo com o conselheiro, vem trabalhando para regulamentar o direito de passagem (dutos, postes), fator essencial na composição do custo que as empresas têm ao instalar redes próprias. “Estes dois pontos têm sido alvo da Anatel. Criamos mecanismos como o SNOA e temos uma atuação forte tentando buscar efetividade maior com EILD”, enfatizou.   

A competição na rede de transporte de grande velocidade se faz ainda mais necessária quando analisados atentamente os números mostrados por Zerbone. Em sua apresentação, o conselheiro disse que desde o lançamento da plataforma SNOA, em setembro do ano passado, 15% das EILDs comercializadas são de até 64 kbps; 40% são igual ou menor de 1 Mbps e apenas 0,5% são superiores a 2 Mbps. “Nós tendemos a achar que, com a evolução do serviço, a gente já poderia deixar de regular as velocidades mais baixas, mas isso ainda é ainda é importante.”

Sobre a construção de redes próprias, o conselheiro chamou a atenção para a dificuldade em se negociar com diferentes setores (os postes são das elétricas, os dutos são das empresas urbanas ou de rodovia).  “O regulamento sobre os postes está em fase final de discussão com a Aneel. Não é a regulamentação dos sonhos da Anatel, mas é o que se está conseguindo. Não está fechada, alguns pontos estão em discussão”, afirmou, prevendo que saia no início do ano que vem algum resultado. Com relação aos dutos, Zerbone afirmou que reuniões estão sendo feitas junto ao Ministério dos Transportes para tentar viabilizar também uma solução harmônica.

Site: Convergência Digital
Data: 11/11/14
Hora: 16h56
Seção: Telecom
Autor: Roberta Prescott
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=38379&sid=8#.VGJkffnF92E