Unir a paixão do brasileiro pelo futebol à inclusão digital, com o uso da Informática e da Internet como ferramenta para a geração de emprego é o objetivo do trabalho desenvolvido pela Fundação Real Madrid no Brasil em três centros educacionais - dois no Rio de Janeiro e um em São Paulo. Para fomentar a inclusão, o clube usa a força da sua marca, e dos seus jogadores galácticos, para atrair parceiros e patrocinadores.
No Brasil, cerca de 400 alunos são beneficiados diretamente pela ação sócio esportiva do Real Madrid, todos em comunidades carentes - uma em Niterói, outra no Jacarezinho, no Rio de Janeiro, e agora, no Jardim Nordeste, na região de Itaquera, em São Paulo, ativada nesta quinta-feira, 13/11. A Microsoft é uma das parceiras da iniciativa no Brasil e na América Latina. Além de entrar com recursos financeiros - não revelados - a empresa está capacitando os centros de Informática com software de produtividade e doando licenças do Office 365, para o armazenamento na nuvem dos dados dos alunos e das próprias ONGs.
A proposta, explica Roberto Prado, diretor de cloud da Microsoft para a América Latina, é fomentar uma nova geração interessada em Tecnologia. "São meninos e meninas que se chamados para estudar Informática, muito provavelmente não iriam. Mas com o futebol sendo usado para atrair, eles participam das aulas e se interessam muito em aprender", observa o executivo. Na América Latina, a Microsoft também está à frente de unidades no México, Colômbia, Equador e Argentina.
No Brasil para assinar o contrato para a unidade de São Paulo, Juan Ramón Mardones, representante da Missões Salesianas e da Fundação Real Madrid, sustenta que a intenção do clube ao apostar na educação não é vir ao Brasil para 'buscar um novo Neymar'. "É claro que o futebol, a escolinha é um negócio. Mas o nosso maior objetivo é usar o futebol para permitir a uma criança carente a entrar no mercado de trabalho", diz. No mundo, 292 escolas são suportadas pela iniciativa do clube espanhol.
A Fundação Real Madrid não tem, neste momento, projeto para expandir o programa no Brasil. "Precisamos consolidar esses centros. Não estamos fazendo um trabalho para durar um ano. Os salesianos estão no Brasil há 130 anos com seus projetos educacionais. Inclusão digital não se faz em pouco tempo", salienta. E Mardones aproveita para fazer um chamamento às empresas brasileiras. "Trabalhar com crianças é mexer com o futuro de um país. Não precisa ser dinheiro apenas. Pode ser comida, pode ser uniforme, material escolar. Precisamos de mais patrocinadores", diz.
Herrero, da Congregação Missões Salesianas, faz uma observação aos que desenham planos de inclusão digital no país. "Acessar as redes sociais pelo celular, o grande impulsionador dos jovens carentes, é importante, mas não basta. Muitos desses jovens não sabem como escrever no Word, como justificar um texto, como criar uma planilha. Como usar a Internet para gerar negócio e progredir. Isso precisa ser mudado", reforça. No projeto da Fundação Real Madrid, todos os monitores e professores- inclusive os de campo - também passam por treinamento. "Todo o ecossistema precisa estar afinado para dar certo", reforça Madones.
Atuar junto com ONGs na inclusão digital e empresarial dos jovens tem sido estratégia da Microsoft no Brasil, lembra Kátia Gianone, diretora de comunicação e responsabilidade social da Microsoft Brasil. Hoje a empresa já tem acordos com mais de 1700 ONGs para a doação de software. Em setembro, a empresa fez o programa "Eu posso programar", em parceria com a Code.org. "Foi um sucesso. Conseguimos estimular muitos jovens", pondera. A executiva observa ainda que o programa Youth Spark, que em setembro completou dois anos no Brasil, já somou 10 milhões de jovens impactados.
Site: Convergência Digital
Data: 13/11/14
Hora: 15h45
Seção: Cloudcomputing
Autor: Ana Paula Lobo
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=38406&sid=97#.VGUHk_nF92E