Criados para reduzir latência e custos, os pontos de troca de tráfego (PTT) completam dez anos de uso no Brasil e enfrentam o desafio de desenvolver a cultura de troca de trafego e agregar mais sistemas autônomos (AS, na sigla em inglês). Existe uma lacuna, já que muitos provedores de acesso não são AS, conforme explicou Milton Kaoru Kashiwakura, do NIC.br, durante o evento PTT Fórum 8, realizado nesta semana, em São Paulo. A cobertura completa do evento você pode ter acessando o portal da Abranet.
Há pouco mais de 3 mil sistemas autônomos no Brasil, sendo que muitos não são provedores de acessos — e o País contabiliza cerca de 4 mil provedores de internet. Ou seja, há espaço para que aumentar o número de AS. Além disto, Kashiwakura salientou a necessidade de fomentar a criação de data centers no Brasil para atrair conteúdo e reforçou que, para isto, é preciso contar com boa infraestrutura e ter fibra ótica com maior disponibilidade e qualidade.
Atualmente, o Brasil conta com 26 PTTs, em maior concentração nas regiões Sudeste e Sul."O projeto do CGI.br foi iniciado em 2004 e já previa a ligação e múltiplos PIXs (ponto de interconexão) e a troca de trafego ficou mais flexível, diferentemente de antes que antes só permitia acordos de troca de trafego bilaterais", disse Milton Kaoru Kashiwakura.
Ao longo da década, o pico de utilização da internet também mudou. Se antes, as pessoas acessam a rede mundial dos computadores durante o dia, enquanto estivessem no trabalho, agora, não existe mais uma diferença grande de consumo de internet entre o período diurno e noturno e entre dia de semana e fim de semana.
Esta mudança configura outro desafio dos PTTs que precisam suportar o crescimento de banda, principalmente, impulsionado pelo novo perfil de uso, com forte adoção de vídeos. Ano após ano, a capacidade dobra e, em 2014, observou-se um aumento acima do normal, atingindo 600 Gbps, talvez motivado pela transmissão da Copa do Mundo online (leia aqui sobre como a Globo.com preparou sua infraestrutura) ou esgotamento do IPv6.
Apesar de o NIC ser responsável pelos PTT, ele conta com entidades parceiras, neutras, como Rede Nacional de Ensino e Pesquisa, academias e empresas de informática do governo, como Procempa, Prodest, Prodepa. Do ponto de vista das empresas de telecom, Milton Kaoru Kashiwakura, do NIC.br, enumerou algumas vantagens do PTT como a redução de custos de peering, o provimento de última milha para conexão ao PTTMetro, os serviços de IP possíveis na infraestrutura do PTT e a oferta de serviço de transporte entre localidades do PTTMetro.
Roberta Prescott está cobrindo o PTT Fórum pelo portal da Abranet.
Site: Convergência Digital
Data:25/11/14
Hora: ------
Seção: Cloud Computing
Autor: Roger Prescott
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=38494&sid=97#.VHTe9YvF-WE