Anatel admite atraso no IPv6 e diz que não vai ceder à pressão do mercado

27/11/2014

Conforme o portal Convergência Digital antecipou durante o Futurecom 2014, por exigência da Anatel, as operadoras de telecomunicações, principais responsáveis pelo provimento de links aos provedores de internet, estão obrigadas a deixarem disponível IPv6 para trânsito até dezembro 2014. Para o usuário final o prazo estabelecido foi julho de 2015. Objetivo da agência reguladora é fazer com que, até meados do ano que vem, todas as prestadoras de serviços ofertem endereços IPv6 públicos aos novos usuários ou usuários legados que solicitarem endereços nos principais centros por todo o Brasil.

Durante painel no evento IPv6, do NIC.br, realizado nesta quarta-feira,26/11, em São Paulo, José Alexandre Zanon, da Anatel, salientou que o uso de carrier-grade NAT 4 é uma solução paliativa. Uma das grandes preocupações com o uso do CGNAT 44 é com relação à quebra de sigilo de dados. Com o GC-NAT44 não é possível identificar de forma unívoca o usuário sem a porta da conexão.

A Anatel também estipulou que até junho de 2015 nas localidades onde não houver oferta de IPv6 a prestadora deverá alocar ao usuário de forma dinâmica ou fixa um endereço IPv4 público não-compartilhado.Entre os pontos de atenção, Zanon também destacou o fato de os elementos legados serem incompatíveis com  IPv6, a disponibilidade de conteúdo IPv6 e a garantia do acesso ao conteúdo legado.

Stefan Rafael Machado, da gerência de certificação da Anatel, explicou ainda que a agência vem trabalhando para certificar produtos para telecomunicações quanto ao suporte ao protocolo IPv6 com objetivo de estimular o desenvolvimento de IPv6 nas redes de telecom por meio da certificação de equipamentos, inibir a descontinuidades ou a falta de acesso à rede devido à escassez de endereço IPv4, ajudar no combate a crimes cibernéticos, disponibilizar ao mercado produto aderentes ao novo protocolo, fomentar a interconexão entre as redes e fomentar as redes LTE.

A Anatel decidiu impor um cronograma por admitir que o mercado não adotou as medidas necessárias para uma condução mais efetiva do processo de migração. “Estamos muito atrasados e é por isto que o conselho diretor da Anatel deu o aval para as medidas”, disse o especialista da agência reguladora. Para Zanon, a implantação de IPv6 tem de ser uma parceria entre todos os envolvidos. “A Anatel entrou para dar mais agilidade. Tivemos uma boa adesão. As operadoras que deram os prazos e conseguimos chegar a acordo. Mas todos têm de estar preparados para tratar o legado", completou sua apresentação. A cobertura completa do evento do NIC.br pode ser vista no portal da Abranet.

Site: Convergência Digital
Data: 27/11/2014
Hora: 9h25
Seção: Governo
Autor: Roberta Presscott
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=38511&sid=11#.VHcO2tLF_EV