Neutralidade: titãs da tecnologia rejeitam banda larga 'essencial' nos EUA

15/12/2014

No acirrado debate sobre neutralidade de rede nos Estados Unidos, os fornecedores de infraestrutura endossam posição das operadoras AT&T e da Verizon e dizem que uma mudança 'radical' no conceito do serviço provocaria uma perda financeira de US$ 45,6 bilhões nos próximos cinco anos.

De acordo com o portal CNET.news, cerca de 60 empresas envolvidas diretamente com a construção da infraestrutura da Internet, entre elas, Intel, Qualcomm, IBM, Cisco, Juniper Networks e Ciena, enviaram uma carta aberta à FCC, a Anatel dos Estados Unidos, na qual advertiram que a imposição de regras mais 'rigorosas' na questão do gerenciamento do tráfego da Internet - leia-se tratar a Intenet como um serviço essencial como água e energia - poderá causar um prejuízo incalculável à economia do país.

Segundo o documento, encaminhado essa semana, as perdas poderiam chegar a US$ 45,4 bilhões nos próximos cinco anos, em função de os investidores se sentirem desistimulados a investir em redes no país.  O movimento dos fornecedores de tecnologia se alinha ao duro posicionamento feito pela AT&T e pela Verizon, que publicamente, disseram ser contra a reclassificação da banda larga para o Título II, que a colocaria como um serviço essencial, como o é energia e água.

A AT&T, inclusive, suspendeu os investimentos em redes de alta velocidade com fibra óptica, como uma forma de pressão ao governo Obama. A FCC, inclusive, exigiu explicações à operadora sobre a suspensão do plano de fibra. Nos Estados Unidos todos os serviços do setor são divididos entre dois grupos. Há o Título I e o Título II.

O primeiro conjunto forma serviços de informação; o segundo, serviços de telecomunicações. A diferença é que o negócio da informação é livre. O governo não interfere. Já os de telecomunicações é regulado.  A internet, hoje, está classificada no Título I. O presidente Obama pediu, publicamente, que a internet passe a ser classificada no Título II.

Google, Facebook e Amazon defendem a ida da Internet americana para o Título 2. Eles sustentam que a 'internet ficaria mais justa'. Mas, em contrapartida, as operadoras de telecomunicações, e agora, os fabricantes de infraestrutura e responsáveis pelo backbone da Internet se opõem A posição final da FCC deverá ser conhecida só em 2015.

*Com agências de notícias

Site: Convergência Digital
Data: 12/12/14
Hora: 12h33
Seção: Inclusão Digital
Autor: Ana Paula Lobo
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=38644&sid=14#.VIsGjtLF_EU