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A verdade sobre dispositivos vestíveis, Geração 2000 e consumidores “mão na massa”
06/01/2015
Há muitos anos, quando perguntaram a Larry Ellison se os "Web Services" seriam a próxima grande novidade, ele comentou: “Eu passei tempo suficiente na Itália para saber que não se deve ignorar a moda”.
Em tecnologia, não há nada melhor do que uma nova tendência – e todos nós sabemos que a moda importa, então a seguimos. Nosso setor provou ser especialista em anunciar novas tendências, definir – irrealísticamente – altas expectativas para elas e às vezes, quando baixa a poeira, ganhar dinheiro.
Então, quais são as grandes tendências tecnológicas para 2015? Esses são meus palpites:
1. Dispositivos Vestíveis
Os fanáticos por Apple em todo o mundo esperam que os dispositivos vestíveis se popularizem com o lançamento do iWatch, mas eu não tenho tanta certeza. Vamos ser realistas: ninguém com menos de 35 anos ainda usa relógio – eles usam seus smartphones para tudo. Muitos dos vestíveis vão desapontar... já que essa geração usa Bluetooth o dia inteiro e sustenta o mercado.
Mas nem toda tecnologia vestível será um fracasso retumbante. Vestíveis de nichos específicos que revolucionam seus setores – como os FitBits ou os Jawbones que monitoram os sinais vitais e a saúde – continuarão a florescer e a ser incorporados nas roupas,, calçados e nos equipamentos esportivos.
2. Consumidores “com a mão na massa”
Os dispositivos móveis estão impulsionando a ruptura em quase todos os setores. As empresas que se adaptam e levam seus serviços para esses dispositivos podem criar uma relação direta com o consumidor. Isso gera um momento paradisíaco para os comerciantes – eles têm o potencial de interceptar os consumidores “com a mão na massa” e direcionar sua atenção para produtos e serviços relevantes.
Pense no lojista que pode saber a exata localização do cliente na loja, ou na empresa de artigos esportivos que conhece a rotina de treinos e o estado de saúde dos clientes – é uma mina de ouro! Mas os clientes são volúveis e impacientes. Muitas empresas vêm trabalhando com esse objetivo há anos, mas eu suponho que isso ainda será muito mais abrangente. Isso significa que grandes volumes de dados precisarão ser processados em tempo real… gerando um aumento maciço na adoção de tecnologias como bancos de dados em memória e armazenamento flash.
3. É o software, estúpido!
Na última década, ou algo assim, a maioria das empresas saiu do negócio de desenvolver software. Os departamentos de TI se tornaram especialistas em gerenciar a infraestrutura do datacenter e implementar sistemas de ERP (Enterprise Resource Planning). Na próxima década, quase todos os setores serão redefinidos por software – e boa parte desse software será implementada em dispositivos móveis – em smartphones e tablets com certeza, mas também em carros, motores de aeronaves, tênis de corrida e seres humanos!
Pense no Tesla – um carro elétrico, certo? Exatamente, mas, além disso, um carro definido por software. O Tesla fez, com a experiência de dirigir, o que a Apple fez com a experiência do celular – agora, seu carro é uma plataforma de software sobre a qual se pode inovar. As empresas que não inovam não durarão muito.
Essa tendência também bate à nossa porta – eu não estou deixando de lado a infraestrutura de datacenter (na qual a EMC atua). Storage arrays, servidores, redes e datacenters inteiros serão executados e gerenciados no futuro por software inteligente.
4. Desenvolvimento ágil de software + Geração 2000 = Nova TI
Na próxima década, a transformação dos negócios será conduzida por um software novo, diferenciado e executado em dispositivos móveis. Mas ele não será escrito como há 20 anos.
Na faculdade, muitos de nós, hoje quarentões, aprendemos que era caro fazer alterações no final do ciclo de desenvolvimento do software. Então, tínhamos de definir os requisitos de antemão e evitar as mudanças. Mudar era ruim. Assim, muitos de nós dedicamos nossas carreiras a trabalhar em projetos que levavam anos e, no final das contas, entregavam o resultado errado – a magia do desenvolvimento “em cascata”.
Se é para acontecer a transformação dos negócios, isso será conduzido pela empresa– geralmente com a “TI” (o pessoal que escreve o software) integrada a ela. O desenvolvimento será interativo, usando técnicas ágeis – priorizando o trabalho e então repriorizando-o quinzenalmente, com base em uma estreita troca de informações com a empresa.
Estamos falando de um novo modelo de TI, um modelo que traz resultado quase instantâneo – uma adequação perfeita à Geração 2000 que está chegando ao mercado de trabalho. 2015 pode representar o início da descentralização da TI – com operações centralizadas, mas com o desenvolvimento de software se deslocando para as respectivas unidades de negócios.
5. Ensine isto
2015 marcará o início de uma nova era na educação. Será o começo do fim das aulas dissertativas. Isso mesmo, como forma de aprendizado, a “palestra professoral” morreu. Testes em importantes universidades mostraram que, em uma palestra de 40 minutos, o estudante médio presta atenção por cerca de 7 minutos. Se a palestra tiver 60 minutos, o grau de atenção na verdade despenca!
Nas faculdades em que as palestras passaram a ser on-line, as taxas de repetição de exames caíram de quase 50% para um só dígito. Além disso, essa não é a única boa notícia: colocar o conteúdo educacional on-line dá a ele alcance global. Imagine um mundo em que todos tenham acesso ao mesmo material ensinado em nossas melhores universidades! Na próxima vez em que seus filhos estiverem no site da Kahn Academy, preste atenção – você estará vendo o futuro da educação.
*Jeremy Burton é Presidente de Produtos e Marketing da EMC Corporation
Site: Computerworld
Data: 05/01/2015
Hora: 8h
Seção: Negócios
Autor: Jeremy Burton
Link: http://computerworld.com.br/negocios/2015/01/05/a-verdade-sobre-dispositivos-vestiveis-geracao-2000-e-consumidores-201cmao-na-massa201d/