Em uma corrida global para promover a Internet das Coisas (IoT), a indústria tem falhado na hora de construir a confiança do usuário em torno do conceito. Essa é a visão expressada por Edith Ramirez, advogada da US Federal Trade Comission. A computação cada vez mais pervasiva e a falta de clareza quanto a tópicos como privacidade de dados direcionam o foco das preocupações do órgão. 

Na visão da porta-voz, o avanço da IoT  ainda enfrentará muitas dúvidas sobre o uso de informações pessoais sem o conhecimento dos cidadãos. “Tenho certeza que os benefícios em potencial são imensos, mas os riscos também são”, ponderou. 

A conectividade dos dispositivos oferece conveniência e melhora serviços de coleta, transmissão, armazenamento e compartilhamento de grandes números de dados. “Alguns deles altamente pessoais”, observa Edith. “O risco de segurança e privacidade podem minar a confiança das pessoas com relação ao conceito”, adiciona, citando que esse é um fator fundamental na adoção de serviços ou produtos que explorem IoT. 

A percepção é que essa onda tecnológica das máquinas inteligentes impactará de forma profunda o mercado, especialmente em setores como saúde, transporte, infraestrutura, educação e serviços. Alguns classificam o tema como a nova revolução industrial. 

A executiva reforça que incrementar aspectos de privacidade figura com um dos pontos fundamentais para que as pessoas deixem para trás a reticência e, com isso, alavancar o conceito.

Os remédios para combater isso, na sua opinião, versam sobre a adoção de estratégias de “segurança by desing”, engajamento em programas de uso de dados e mais transparência em seus roadmaps de lançamentos. Os consumidores precisam de mais avisos e possibilidades de escolhas quanto a coleta e uso de suas informações. 


Rastro digital

Apesar das preocupações, a coleta ubíqua de informações pessoais rompe fronteiras. Sistemas em tempo real mapeiam hábitos, localizações e deslocamento de pessoas ao redor do mundo. “Aspectos da vida comum deixarão um rastro digital”, observa Edith, sinalizando que isso pode trazer à tona padrões ainda mais complexos da personalidade de indivíduos que, em última instância, são consumidores. 

Sem equilíbrio, há o risco de esses consumidores serem bombardeados em estratégias comerciais sem autorização. 

Na opinião da advogada, esse estágio inicial de formação da onda da IoT é ideal para discussão e formatação de padrões de privacidade e segurança em torno do tema. “Temos uma importante oportunidade para assegurar que as novas tecnologias, com potencial de prover enormes benefícios, se desenvolva sem deixar de proteger as informações dos usuários”, disse. 

Site: Computerworld
Data: 13/01/2015
Hora: 15h01 
Seção: Tecnologia
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Link: http://computerworld.com.br/tecnologia/2015/01/13/industria-derrapa-ao-construir-confianca-do-consumidor-quanto-a-iot/