Preço em queda eleva gastos com TI, que podem chegar a US$ 62 bi no país

23/01/2015

Quase metade dos gastos com tecnologia no Brasil neste ano será feita por consumidores, em vez de empresas. Segundo a companhia de pesquisa IDC, a compra de PCs, tablets e smartphones pela população vai somar US$ 27,5 bilhões no país. Isso equivale a 45% de um mercado que pode chegar a US$ 61,6 bilhões quando somadas as compras empresariais. O cenário é mais parecido com o de mercados maduros, como os Estados Unidos e a Europa, onde os preços dos produtos de tecnologia costumam ser mais baixos. "A tecnologia está mais acessível no Brasil e o consumidor quer ter os dispositivos", disse Reinaldo Sakis, gerente de pesquisa da IDC, ontem, em São Paulo.

O movimento vem se acelerando nos últimos cinco anos. Em 2010, foram vendidos 19 milhões de dispositivos no país. Para 2015, a expectativa é que o número chegue a 87 milhões, 22,5% a mais que no ano passado. O maior volume está concentrado em smartphones.

Entre os motivos do barateamento dos produtos estão os incentivos fiscais concedidos à produção local e a maior demanda, que aumenta a escala, puxando os preços para baixo. Ao mesmo tempo, a renda média da população aumentou, facilitando o acesso a novas tecnologias.

Esse novo desenho de mercado levanta uma questão importante para gestores das empresas, disse Sakis. É a necessidade de adotar sistemas e processos para gerenciar o uso dos aparelhos que os funcionários trazem de casa para usar no escritório.

Normalmente, todo tipo de equipamento usado em uma empresa passava pelo processo de análise do departamento de tecnologia para garantir que ele não causaria nenhum problema. Agora, com os funcionários cada vez mais trazendo seus próprios dispositivos, fica muito difícil fazer esse tipo de verificação. Isso eleva os riscos de infecção dos sistemas com vírus e de vazamento de informações confidenciais. Para evitar esses problemas, o ideal seria investir em sistemas de controle. "Mas eles [os sistemas] praticamente não são usados", disse Sakis.

Segundo o IDC, se somadas as áreas de tecnologia e comunicações, os negócios vão chegar a US$ 165,6 bilhões neste ano, um acréscimo de 5%. O percentual é quase a metade do avanço registrado em 2014. A expectativa é que do setor seja fortemente impactado pela variação do dólar. O impulso virá principalmente da área de telecomunicações, com um avanço de 6%, para quase US$ 104 bilhões.

Site: Valor Econômico
Data: 23/01/2015
Hora: 5h
Seção: Empresas
Autor: Gustavo Brigatto
Link: http://www.valor.com.br/empresas/3874618/preco-em-queda-eleva-gastos-com-ti-que-podem-chegar-us-62-bi-no-pais