Big data e a busca por velocidade

02/02/2015

Muito tem se falado sobre como o Big Data e as capacidades analíticas associadas a ele trazem valor às companhias. As empresas estão buscando constantemente identificar como os novos dados disponíveis e as novas tecnologias podem se transformar em valor e vários resultados concretos começaram a aparecer. Em pesquisa recente realizada pela IBM, buscamos entender como as empresas que fazem uso das suas capacidades analíticas conseguem se diferenciar em relação aos seus competidores. Nela constatou-se que as organizações já estão conseguindo realizar o retorno dos investimentos em Big Data em até um ano. Além disso, viu-se que apesar do foco principal dos investimentos ainda ser a busca por um melhor conhecimento de quem são seus clientes, há um crescente aumento em melhorar a eficiência operacional por meio dos dados. Isso se dá já que as empresas estão buscando a revisão dos seus processos de negócio a partir do uso de novas capacidades digitais e as informações adicionais geradas passam a ser críticas para o uso eficientes dessas capacidades.

Uma mudança importante que foi percebida é que o foco principal das empresas tem mudado de grande volume de dados para aumento da velocidade – a busca por utilizar as tecnologias de big data para trazer valor ao negócio de forma mais ágil e rápida. Empresas que estão nesse caminho são aquelas que têm se diferenciado mais e conseguido melhores resultados. Mas o que realmente diferencia as que estão à frente desta corrida? O que faz com que elas estejam na “Linha de Frente” no uso de Big Data & Analytics? Entendemos que estas organizações se comportam de forma diferenciada nos três passos principais necessários para obter valor nesse contexto: Aquisição de dados, Análise dos dados e Ação com base nos dados e nas análises. 

O primeiro passo, Aquisição de Dados, vai desde a busca por diversas fontes de informações e a disponibilização dos mesmos em estruturas necessárias para a análise. Vemos que as organizações que estão à frente no mercado misturam elementos tradicionais com novos componentes e estruturas. Inclusive, a maior parte das líderes de mercado tem além de um armazenamento tradicional (Data Warehouse), ambientes de exploração de dados apoiado em estruturas de Big Data como o Hadoop (plataforma de software que processa grande massa de informações), integrando informações não estruturadas. A maior parte dessas organizações vão além das cargas de dados diária, utilizando capacidades analíticas em tempo real para permitir ao negócio reagir de forma mais rápida. Vemos também que, que ao contrário do que se pode pensar, as empresas que buscam velocidade não deixam de implementar os conceitos de governança de dados, pois esses conceitos ajudam a acelerar os resultados e garantem a confiança na utilização dos dados, de forma controlada.  

Em relação à Análise de Dados, por meio do qual é possível aplicar técnicas analíticas para buscar novas descobertas que trazem maior impacto aos negócios, as empresas que estão à frente se diferenciam ao possuir a capacidade de analisar diversos tipos de dados, não somente os tradicionais. Por exemplo,  os dados de utilização que são gerados pelas máquinas e os diversos aparelhos conectados. As empresas líderes analisam também dados de  sistema de engajamento, como redes sociais e aplicações móveis e ainda os dados de mercado, como pesquisas e dados demográficos. Estas organizações também usam capacidades analíticas avançadas de forma ampla se comparadas aos seus concorrentes. Dentre estas competências se destacam análise preditiva, que prevê comportamentos futuros com base no passado, e análises prescritivas, responsável por encontrar a melhor solução para os problemas de negócio com base nos dados. Dentro ainda do contexto de Análise de Dados, o maior desafio dos últimos anos para as empresas tem sido encontrar e manter os recursos que tem a capacidade de misturar conhecimentos de técnicas analíticas com os de negócio. 

O último passo e mais importante é garantir a Ação sobre os dados, pois quem age com base nas descobertas de forma rápida tem trazido melhor valor ao negócio. Neste passo, as empresas que estão à frente se diferenciam na integração das capacidades digitais com a transformação dos processos, utilizando as análises geradas sobre esses dados para otimizar essa integração. Como por exemplo, algumas utilizam a capacidade analítica para transformar os processos de atendimento aos clientes, aplicando técnicas de identificação da “Melhor Ação” a ser tomada em cada contato, independente do canal. Outra utiliza análises avançadas no processo de identificação de fraudes, trazendo a inteligência analítica mais próxima do momento que a fraude ocorre. Outra característica da ação sobre os dados é a utilização de técnicas de visualização mais avançadas, que vão além do tradicional BI, permitindo que se tomem ações de forma mais efetiva e de forma mais intuitiva. 

O conceito de Big Data já está provendo as capacidades necessárias para as empresas tomarem melhores decisões de forma mais rápida. Os vencedores são aqueles que conseguem transformar a enorme quantidade de informações em descobertas que se aplicam no negócio de forma mais rápida, adquirindo, analisando e agindo com base nos dados de forma mais eficiente que os seus concorrentes. 

*Marcio Weikersheimer é líder de Big Data & Analytics para a consultoria da IBM Brasil.

Site: Computerworld
Data: 02/03/2015
Hora: 8h
Seção: Tecnologia
Autor: ------
Link: http://computerworld.com.br/tecnologia/2015/01/02/big-data-e-a-busca-por-velocidade/