A expansão e a complexidade de malwares para smartphones avança em ritmo constante. A Fortinet avalia que o ambiente de convergência tende a proliferar infecções mais afeitas ao mundo do computador no ambiente móvel. De acordo com a provedora de ferramentas de segurança, isso desencadeará “um comprometimento generalizado” em milhões de dispositivos.
Os ataques ao Android continuam a aumentar. Segundo a fabricante, 90% dos vírus afetaram esse sistema ao longo de 2014. A justitificativa reside no fato de que trata-se da plataforma mais utilizada em aparelhos móveis inteligentes.
“Fala-se atualmente na existência de 900 mil amostras maliciosas para o Android e no aparecimento de mais 1,3 mil por dia para esse sistema”, afirma Fortinet, em relatório, que prossegue: “Em menor escala [os vírus] afetaram o iOS, da Apple, e o Windows Phone, da Microsoft”.
Segundo a fornecedora, inicialmente as ameaças para dispositivos móveis só se disseminavam e, agora, elas capturam informações do usuário ou controlam funções do dispositivo. Botnets também foram identificadas especificamente para as redes e dispositivos móveis.
A Fortinet lembrou de alguns episódios relativos ao mundo móvel que marcaram os últimos doze meses. A companhia cita, por exemplo, o vazamento de fotos de celebridades em contas do iCloud ocorrido em outubro. Além disso, o Shellshock, que afetava todas as versões do Bash até a 4.3 em sistemas Unix, atingiu os dispositivos iOS e Android e sistemas operacionais de desktop.
Um terceiro fato versa sobre o Code4HK, spyware que atinge iPhones desbloqueados e aparelhos com o sistema operacional do Google, oferecendo acesso a informações de contatos, SMS, localização e histórico de mensagens, entre outros.
A evolução do malware
Em 2004 surgiu o Cabir, o primeiro malware móvel. Hoje, 11 anos depois, a evolução desses ataques tem variado em termos de complexidade e comportamento.
Inicialmente, os malwares buscavam se espalhar pela rede e não tinham a intenção de gerar mais do que um incômodo para os usuários. Mais tarde, eles evoluíram e se replicaram, causando danos ao host que contaminavam. Logo se tornaram agentes para o roubo de informações (desde tendências na navegação do usuário a informações críticas no dispositivo).
Então apareceram os rootkits, malwares que camuflam sua ação e transformam um computador em uma botnet, aguardando as ordens adequadas para executar ataques ou para intermediá-los a outros hospedeiros e, portanto, para outras redes.
Estamos agora no momento de alguns malwares tradicionais, mas eles evoluíram com novos códigos e novas abordagens de infecção, que criptografam a informação do usuário e exigem o pagamento para a recuperação do acesso aos seus próprios dados.
Sinais de um smartphone infectado
De acordo com a Fortinet, há vários sinais que o usuário deve levar em conta para identificar se o seu smartphone está ou não infectado:
1. A memória e a CPU do dispositivo estão no limite de sua capacidade (informação geralmente disponível em configuração, aplicações, utilização). O aparelho começa a usar cada vez mais bateria, fazendo com que o usuário precise aumentar a frequência com que recarrega o equipamento
2. Aparecem instalações de aplicativos que o usuário não baixou.
3. Surgem mensagens SMS que o usuário não enviou (e, portanto, também são cobradas taxas de mensagens enviadas que não identificam quem as enviou).
4. O dispositivo começa a ter comportamentos alheios à experiência do usuário: as luzes se acendem sozinhas, aplicativos são abertos sem a intervenção do usuário, arquivos são gerados aleatoriamente, entre outros.
Site: Computerworld
Data: 23/02/2015
Hora: 17h14
Seção: Tecnologia
Autor: Felipe Dreher
Link: http://computerworld.com.br/seguranca/2015/02/23/convergencia-ampliara-exposicao-de-smarphones-a-malwares/