Apps abrem nova frente de exportação para software no Brasil

05/03/2015

As empresas brasileiras de software e serviços estão em Barcelona para buscar novos negócios e parcerias.  A participação no Mobile World Congress 2015 acontece por meio de um estande do Brasil IT+, capitaneado pela Softex e pela Apex Brasil. Doze empresas foram selecionadas e tiveram suas soluções apresentadas ao ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini. “ A ideia é dobrar a nossa participação no ano que vem. Estamos tendo uma demanda acima do esperado”, disse Rubén Delgado, presidente da Softex.

Entre as companhias selecionadas há apostas em produtos para em-identity e m-learning, comunicação privada, intelichat (virtualização do atendimento a consumidores), geolocalização e monitoramento da qualidade de serviços das redes de comunicação. “Fazemos uma seleção e identificamos quais empresas estão mais adequadas para mostrar seus produtos e apps. São empresas com 10, 12, 15 anos de atividade no Brasil e que já têm uma presença internacional, mas querem ampliar suas fronteiras”, explica Guilherme Amorim, gerente do projeto PS Softex.

Nesta quarta-feira, 04/03, o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, visitou o estande e, de acordo com o presidente da Softex, Rubén Delgado, prometeu apoio para dobrar a participação de companhias brasileiras no maior evento de mobilidade do mundo. “Queremos trazer mais e mais para cá. A ideia é dobrar e, se possível triplicar. Temos o apoio do MCTI e do MDIC, e agora, com o Minicom também endossando a proposta teremos como marcar mais a presença do Brasil nesse segmento, que cresce ano a ano”.

Para Berzoini, o país precisa aproveitar o boom dos aplicativos. “Temos uma boa oportunidade para exportar serviços diferenciados móveis. O governo vai ficar sempre atento a ter linhas de incentivos para essa área, como já fizemos com os aplicativos nacionais”, pontuou.

E o Brasil colecionou bons resultados em Barcelona. A rede de ensino brasileira Edumobi recebeu o prêmio de “Melhor inovação móvel para educação e aprendizado”. Criada em 2012, a Edumobi oferece cursos livres por meio do celular, cobrando 2,99 reais por semana. Os alunos consomem os conteúdos a partir do acesso a um portal de voz, do site móvel e de torpedos enviados diariamente.

Para as empresas participantes do BrasilIT+, vir a Barcelona, com o suporte da Softex e da Apex, significa abrir portas em novas áreas de negócios. “Ser uma empresa brasileira não é simples no mercado internacional de TI. Muitos ainda nos enxergam tão somente como mão de obra barata de programação. Mas quando mostramos que temos inteligência de desenvolvimento, as portas se abrem”, diz Rafael Merseguel, diretor da MC1, uma empresa que já atua em 17 países.

Aqui, a ideia é mostrar soluções móveis para telemedicina e saúde pessoal, como um home care que viabilize atendimentos de emergências. “No Brasil, já temos a aplicação disponível em hospitais particulares, mas acho que o governo poderá ser um usuário por conta do Datasus. Há muitas oportunidades para apps e atendimento de governo”, acrescenta.

A exportação de software e serviços tem sido nos últimos anos um calcanhar de aquiles do mercado de TIC brasileiro. Mas Rubém Delgado, presidente da Softex, diz que em 2002, as exportações não passavam dos US$ 100 milhões. Em 2012, esse montante chegou a US$ 1,5 bilhão. “Podemos fazer muito mais. Estamos aquém. Mas os aplicativos são oportunidade única para nos inserir no mercado internacional”, completa o executivo.

Fazem parte do pavilhão Brasil IT+ no MWC 2015 as empresas ASGA Sistemas, Certillion, Ci&t, DATACOM, Datalab, E-motion, Ícaro, ITSCO, Ixia, Khomp, MC1, Mlearning, Orbiz, RemOupt, RGT, Sikur, Tecnew, Tokenlab e Vísent.

Site: Convergência Digital
Data: 04/03/2015
Hora: ——
Seção: Governo
Autor: Ana Paula Lobo
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=39073&sid=11#.VPdRZPzF-WF