Titãs avançam no uso das bitcoins. No Brasil, BC mantém restrição

20/03/2015

A Rakuten anunciou que planeja permitir que os clientes utilizem bitcoin como opção de pagamento, através da integração da plataforma de processamento de pagamentos da Bitnet em alguns de seus marketplaces. A gigante de serviços de Internet começará a aceitar o novo método de pagamento primeiramente nos EUA, no marketplace Rakuten.com, e na sequência, na Alemanha (Rakuten.de) e na Áustria (Rakuten.at). 

A integração com a plataforma da Bitnet fará da Rakuten uma das maiores empresas de comércio eletrônico do mundo a começar a aceitar bitcoin. Além de oferecer aos consumidores maior segurança, privacidade e comodidade, os varejistas da Rakuten perceberão imediatamente os benefícios de poder aceitar uma moeda digital, que incluem alcance global instantâneo sem taxas de fronteiras, sem a volatilidade nos preços, e sem fraude, risco ou estornos. 

"O bitcoin não só pode apoiar esta visão, ajudando nossos varejistas a competir melhor globalmente, como também tem potencial para beneficiar a sociedade, reforçando a segurança, privacidade e conveniência de transações financeiras. Essa é uma das razões pelas quais investimos na Bitnet no ano passado e estamos ansiosos para trabalhar com eles em nosso mercado norte-americano", explicou em comunicado Yaz Ilda, presidente da Rakuten Estados Unidos.

Quem também está muito interessada nas bitcoins é a IBM. Segundo notícia veiculada em portais internacionais, a empresa estaria cogitando adotar a tecnologia por trás do bitcoin, conhecida como "cadeia de blocos", para criar um sistema digital de dinheiro e pagamento para as principais moedas, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto.

O objetivo é permitir que pessoas transfiram dinheiro ou façam pagamentos instantaneamente usando essa tecnologia sem um banco ou um agente de compensação envolvido, economizando em custos de transação, disse a fonte. As transações constariam num livro de registro contábil aberto da moeda de um país específico como o dólar ou o euro, disse a fonte, que não quis ser identificada por não estar autorizada a discutir o projeto em público. 

No Brasil, as bitcoins seguem não sendo reconhecidas pelo Banco Central. No começo do ano passado, a Autoridade Monetária emitiu um comunicado esclarecendo que a bitcoin não deveria ser confundida com as 'moedas virtuais'. "Moedas eletrônicas, conforme disciplinadas por esses atos normativos, são recursos armazenados em dispositivo ou sistema eletrônico que permitem ao usuário final efetuar transação de pagamento denominada em moeda nacional", explicou o BC.

A nota oficial do Banco Central destaca que as moedas virtuais possuem forma própria de denominação e não são emitidas por governos soberanos. Com isso, não há a incidência de normas aplicáveis aos sistemas financeiro. "Algumas (moedas) são emitidas e intermediadas por entidades não financeiras e outras não têm sequer uma entidade responsável por sua emissão. Em ambos os casos, as entidades e pessoas que emitem ou fazem a intermediação desses ativos virtuais não são reguladas nem supervisionadas por autoridades monetárias de qualquer país", alerta o BC.

*Com informações da Rakuten e Banco Central

Site: Convergência Digital
Data: 20/03/2015
Hora: 17h22
Seção: Negócios
Autor: Ana Paula Lobo
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=39204&sid=5#.VQwaI9LF_EU