Para Anatel, em dois anos, IPv.6 estará generalizado no Brasil

23/03/2015

Ao pressionar as operadoras a prepararem suas redes para o novo sistema de endereçamento da Internet – a versão 6 do protocolo IP, ou IPv6 – a Anatel já projeta que em no máximo dois anos, o novo sistema já estará disponível para praticamente todos os usuários no Brasil. Nos grandes centros, isso já vale para meados desde 2015. A migração total deve levar cinco anos.

Como antecipou o Convergência Digital, a Anatel passou a cobrar a implantação das redes diante do cenário de pouca movimentação em direção ao IPv6 apesar da escassez dos endereços IPv4 – o que no Brasil aconteceu há um ano. A agência negociou um prazo com as maiores empresas e definiu datas para que somente equipamentos com capacidade IPv6 recebam certificação.

“A gente vinha acompanhando a escassez e sentíamos que havia uma dificuldade em quem devia fazer primeiro. As redes diziam que ainda não tinha conteúdo em IPv6. Os produtores de conteúdo diziam que as redes não estavam prontas. Para não ficarmos discutindo o ovo ou a galinha, acertamos quando as redes estariam prontas, tanto para usuários corporativos como usuários finais”, diz o superintendente de Planejamento e Regulamentação da Anatel, José Bicalho.

Por isso, no ano passado, as empresas já prometiam que “a partir de julho de 2015, todas as operadoras passariam a oferecer IPv6 nativo aos novos usuários nos principais centros”, como explicara o diretor do sindicato nacional das teles, o Sinditelebrasil, Alexander Castro. Assim como faz agora a Anatel, as operadoras já cobravam tarefa semelhante pelo lado do conteúdo.

“Os principais players de conteúdo no Brasil já trabalham com IPv6, mas existem muitos que ainda precisam fazer a adaptação. Esse alerta continua importante”, diz o superintendente da Anatel. De fato, nomes conhecidos da Internet como Google e Facebook, Uol ou Terra, já tem conteúdo em IPv6. E o governo federal também tem um cronograma que prevê migração total até 2018 (leia aqui).

Os internautas nem devem perceber. “Basicamente, o usuário não tem que fazer nada. Não afeta quem esta em sua residência usando IPv4, na sua maioria já utilizando CGNAT [compartilhamento de endereços IP]. Na rede móvel isso já funciona de forma quase integral. Na rede fixa algumas ainda não usam, mas já têm capacidade para fazer isso à medida em que o IPv4 acabar”, explica Bicalho.

A Anatel acredita que os equipamentos adquiridos nos últimos dois anos, sejam smartphones, modems ou roteadores, já estão preparados para funcionar com os dois sistemas de endereçamento. E se em julho o IPv6 chegará ao varejo nas maiores cidades, quem compra capacidade de trânsito o faz pelo menos desde dezembro – também para incentivar maior agilidade pelo lado dos conteúdos.

Site: Convergência Digital
Data: 20/03/2015
Hora: ------
Seção: Telecom
Autor: Luís Osvaldo Grossmann 
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=39210&sid=8#.VQ9OkI7F-AU