O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, ao falar no Congresso Nacional, expôs nesta quinta-feira, 26/03, o seu cronograma de atuação até 2018. Nos próximos três anos, a determinação é crescer 100 milhões de novos acessos. Hoje, há pouco mais de 200 milhões de acessos ativos. Mas a ambição maior está na proposta de aumentar a velocidade de conexão média atual da banda larga fixa, colocada como, hoje, em 5 Mbps, para 25 Mbps também nos próximos três anos.
Essa meta é desafiadora e demandará fortes investimentos privados e público. Nesta quarta-feira, 25/03, a Akamai divulgou um ranking global onde mostra que a média de velocidade de conexão de banda larga fixa brasileira estava em 3Mbps, ao final do ano passado, com uma taxa estagnada de crescimento. O levantamento coloca o Brasil na 89º colocação entre 136 países analisados, atrás da da Colômbia, Equador, Peru, México, Argentina, Chile, Uruguai, Canadá e Estados Unidos.
Com relação às infraestruturas de fibra óptica, apesar dos incentivos do Regime Especial de Tributação do Programa Nacional de Banda Larga (REPNBL), que contemplaram mais de 900 projetos em todos os estados do País, o que representa um investimento de cerca de R$ 9,5 bilhões, dados da Anatel mostram que, em fevereiro, o país somava pouco pouco mais de 1 milhão de acessos ativos de fibra óptica, montante considerado muito abaixo da expectativa pelos analistas de mercado. Vale lembrar que as teles querem colocar à mesa se fibra óptica será ou não um bem reversível e esse tema deverá mobilizar os debates em 2015.
Para cumprir a parte do Estado, Berzoini defendeu a realização de um leilão reverso, com acesso a créditos tributários vinculados ao Fistel, com montantes de até R4 7 bilhões/ano, para que as operadoras sejam estimuladas a aderir ao programa e levar conexões a regiões remotas. Banda larga pública passa pela Telebras e Berzoini falou do papel da estatal, recriada para ser um veículo de massificação do acesso à Internet em áreas não atendidas pelas teles, mas que teve o seu papel minimizado e voltado para o estabelecimento de um backbone nacional, sem investir na última milha, ponto considerado o mais falho na relação dos provedores Internet com as operadoras de Telecomunicações.
O ministro sustentou que a Telebras tem problemas, tem passivos, mas acena com grandes potencialidades para ser uma alternativa real para os cerca de 4000 provedores Internet, na construção de redes locais nos municípios. “Os provedores não podem depender só das teles, que têm os seus legítimos interesses comerciais e que buscam o lucro. A Telebras também busca o lucro, mas sabe que tem um papel social como empresa pública e terá de cumprir esse papel”.
Na banda larga móvel – a forma que mais cresceu de acesso nos últimos anos – o desafio é fazer com que 50 milhões de brasileiros deixem o 2G e migrem para o 3G ou pulem direto para o 4G, que, hoje, está em 52 cidades e deverá chegar a 1142 localidades nos próximos três anos. “Estamos falando de 2G, de 3G e de 4G. Mas já há a discussão do 5G. Esse é um setor que não para de evoluir”, ponderou. Ainda de acordo com os dados do Minicom, o setor de Telecomunicações, hoje, representa 5% do PIB brasileiro.
Site: Convergência Digital
Data: 26/03/2015
Hora: 16h45
Seção: Governo
Autor: Ana Paula Lobo
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=39258&sid=11#.VRRtc_zF_EU