Desenvolver projetos sustentáveis com tecnologia que ajude a melhorar a mobilidade urbana, o atendimento à saúde, a qualidade do ensino e o desenvolvimento urbano. Essa é a base das Cidades Inteligentes e Humanas, conceito que vem ganhando força na Europa nos últimos anos e que pode ser desenvolvido também no Brasil.
É estudada por especialistas nacionais e internacionais uma proposta de implementar em dez cidades brasileiras a metodologia das Cidades Inteligentes, com a possibilidade de serem aportados pelo Bando Mundial recursos na ordem de US$ 300 milhões. A meta é investir na pesquisa das tecnologias que são a base da infraestrutura inteligente das cidades, e ao mesmo tempo, promover a inclusão da sociedade na participação dos processos de encontrar soluções para os principais problemas das metrópoles.
De acordo com o professor Álvaro de Oliveira, líder da Rede de Cidades Inteligentes e Humanas e presidente emérito do EnOLL (European Network of Living Labs, na sigla em inglês), será realizada nesta quarta-feira (8) a primeira reunião sobre o assunto no Ministério das Cidades. O objetivo é que o governo federal, aliado aos governos municipais, ao setor produtivo e a outras organizações, consigam detalhar todas as ações necessárias para atingir esse objetivo.
"O projeto tem um timing. Portanto, acredito que as negociações que estão se iniciando demorem até o máximo de um ano, para depois o projeto se encaminhar para durar cerca de quatro anos", informou Oliveira, durante o Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Ciência, Tecnologia e Inovação, realizado esta semana em Brasília (DF) no III Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável (EMDS).
Ainda segundo o professor, apesar do Banco Mundial aparecer como uma possível fonte de financiamento, nada impede que mais recursos possam vir de outros lugares. "O interessante é fazer no Brasil um show case do que pode ser as Cidades Inteligentes e Humanas, o que se pode atingir com elas e que tipo de problemas da nossa sociedade podem ser resolvidos com a tecnologia", ressaltou.
Até o momento, serão avaliadas quais as cidades que podem ser escolhidas para iniciarem o projeto das Cidades Inteligentes, levando em consideração critérios que ainda vão ser estabelecidos ao longo das reuniões. A expectativa é que apareçam nesta quarta-feira representantes dos ministérios das Comunicações (MiniCom) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Conceito
As “Cidades Inteligentes e Humanas” são municípios com práticas que reforcem a sustentabilidade, aliada ao uso de tecnologias que promovam a solução dos maiores problemas urbanos, que podem ir desde congestionamentos às recentes crises hídrica e energética. Ao mesmo tempo, esses recursos precisam ser acessíveis à população, de forma que os cidadãos participem dos processos que contribuam para as mudanças benéficas.
Um exemplo é a cidade de Santander, na Espanha, considerada exemplo de Cidade Inteligente e Humana. Lá, todos os moradores possuem acesso as informações sobre a poluição do ar, serviço de coleta de lixo, dados do trânsito e da iluminação publica. Isso foi possível porque foram instalados 12 mil sensores por toda a cidade, responsáveis pela captação de todos esses dados.
Site: Agência Gestão CT&I
Data: 07/04/2015
Hora: 16h45
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Autor: Leandro Cipriano
Link: http://www.agenciacti.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=7167:projeto-estuda-a-possibilidade-do-brasil-ter-dez-cidades-inteligentes-e-humanas&catid=1:latest-news