Falta de infraestrutura impede desenvolvimento de smart cities no Brasil

Nós últimos anos, o crescimento descontrolado dos centros urbanos deixou em evidência a incapacidade do governo em oferecer serviços públicos de mais qualidade à sociedade. Soluções trazidas pela metodologia das smart cities - ou cidades inteligentes - seriam o caminho ideal, na avaliação de especialistas, para poder contornar essa situação. Contudo, a falta de infraestrutura e de políticas claras para favorecer a criação dessas soluções tem sido uma das principais críticas ao baixo desenvolvimento tecnológico do Brasil.

"O grande problema hoje é que há um gargalo muito grande na infraestrutura brasileira para atender essas necessidades e ter soluções. Isso é a maior barreira que existe: a falta de infraestrutura para desenvolvimento de soluções e tecnologias", apontou Humberto Alencar, diretor de projetos da K2 Information Technology, empresa responsável por soluções em inteligência organizacional.

Segundo Alencar, historicamente o Brasil desenvolve projetos de infraestrutura mais voltados a grandes construções, enquanto que no setor tecnológico depende única e exclusivamente das empresas privadas. Apesar do mercado oferecer várias opções, o desenvolvimento das cidades inteligentes acaba emperrado sem uma política de Estado que contribua para desenvolver os projetos ao longo dos anos.

"Políticas públicas voltadas ao desenvolvimento de infraestrutura tecnológica são muito poucas ainda. É preciso implementar projetos específicos, que sejam sociais, inclusivos, e que atendam as necessidades da população. Quem traz essas tecnologias atualmente são as empresas privadas, enquanto que o governo adquire elas de uma forma bastante limitada", pontuou o diretor.

Econômico e social

Na avaliação de Humberto Alencar, a solução óbvia seria o governo ampliar o investimento em infraestrutura tecnológica que permita o desenvolvimento econômico e social da cidade. As smart cities necessitam da tecnologia para melhorar a infraestrutura e tornar os centros urbanos mais eficientes. Mas para Alencar, o poder público brasileiro ainda está "engatinhando" nesse processo, sem estratégias pontuais que incentivem alguma melhora.

"Nos Estados Unidos e na Europa é comum ter startups desenvolvendo tecnologias de cunho social como, por exemplo, as de sensoriamento, onde se pode monitorar uma pessoa pelo smarthphone, identificando se ela esta doente ou não. Resumindo, é preciso desenvolver essa parte de novas soluções em tecnologias que sejam completamente inclusivas dentro do contexto social", afirmou.

O debate sobre o tema foi realizado durante o Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Ciência, Tecnologia e Inovação, realizado esta semana em Brasília (DF) no III Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável (EMDS).

Site: Agência Gestão CT&I
Data: 09/04/2015
Hora: 18h47
Seção: Gestão
Autor: Leandro Cipriano
Link: http://www.agenciacti.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=7178:falta-de-infraestrutura-impede-desenvolvimento-de-smart-cities-no-brasil&catid=1:latest-news