A produtividade é um tema constantemente revisitado. Muitas empresas ainda tentam descobrir como potencializar essa característica, mas o que já sabemos é que não existe fórmula mágica! É preciso mudar a cultura dentro das organizações e investir em ferramentas que ajudem no aumento da produtividade, não somente dos colaboradores, mas das companhias como um todo – incluindo processos e atividades.
Diversas organizações no Brasil levantam esta bandeira, mas o curioso é que a média do brasileiro por hora de trabalho, de 2001 a 2012, foi a menor entre 12 economias. Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria colocou nosso país na lanterna do grupo formado por Alemanha, Coreia do Sul e Estados Unidos. Então, porque não estimulamos ou o que estamos fazendo de errado com relação ao conceito de produtividade?
Faltam investimentos, de fato. Uma empresa com hardware e software modernos certamente conseguirá produzir mais do que outra com menos condições tecnológicas. Isto porque a produtividade – ao contrário que muitos pensam, não depende somente do empenho e capacidade dos funcionários. Uma série de fatores interfere nessa questão. O paralelo mais básico para exemplificar é o uso de um computador potente. Um colaborador com uma máquina melhor produz mais do que um com uma ruim ou, até mesmo, sem nenhuma.
Em países como os asiáticos, por exemplo, o incentivo à inovação e a à adoção de novas tecnologias já faz parte do DNA de todas as empresas. E estes foram fatores que influenciaram diretamente no avanço dos índices de produtividade nestas regiões. Já aqui no Brasil, a aposta em tecnologia ainda fica em segundo plano. Ou os aportes são relativamente baixos ou simplesmente inexistentes. Ainda temos poucos incentivos, até mesmo governamentais, para uma cultura de inovação – tanto para investir em tecnologia como para produzi-la.
A combinação entre poucos investimentos e a baixa produtividade é fatal para qualquer empresa. As organizações perdem seu poder de competitividade no mercado e, por consequência, apresentam baixo crescimento.
Não à toa, 2015 mostra-se ainda pouco animador para a economia brasileira. O país apresentou queda do PIB, passamos por racionamentos de água e energia e, para completar, carregamos ainda a cultura de não investir para produzir. As áreas de Tecnologia da Informação das empresas sempre foram relacionadas à máxima de “fazer mais com menos”. Claro, são os setores que mais colaboram para o aumento da curva de produtividade da companhia já que seus processos estão ligados à otimização dos recursos da organização. No entanto, os investimentos ainda não ocorrem ao passo em que a cobrança apenas aumenta.
Para fugir deste cenário de desaceleração econômica, as empresas devem repensar suas estratégias. Não somente no curto prazo, cortando despesas a qualquer custo. Mas, de forma inteligente e a longo prazo. 2015 traz uma boa oportunidade para arrumar a casa, entender onde estão os gargalos e tomar medidas que possam revertê-los. A produtividade será diretamente impulsionada por investimentos (bem planejados) em tecnologia. Com as condições devidas, os colaboradores serão capazes de produzir mais.
Uma boa dica é estabelecer metas internas. Assim, além de controlar e quantificar os resultados, os gestores das empresas poderão identificar possíveis falhas e corrigir rotas para superá-las da melhor forma. Colaboradores produtivos, combinados com processos bem estruturados e de qualidade, permitem às empresas entregar os melhores produtos e serviços aos seus clientes. E, claro, clientes satisfeitos sempre voltam.
*Francisco Pinto é vice-presidente da Silver Peak para América Latina.
Site: Computerworld
Data: 15/04/2015
Hora: 8h20
Seção: Gestão
Autor: Francisco Pinto
Link: http://computerworld.com.br/o-que-estamos-fazendo-de-errado-com-relacao-ao-conceito-de-produtividade