O ano de 2015 apresenta dois grandes desafios para a atividade empreendedora nacional: elevar a competitividade das micro e pequenas empresas (MPEs) brasileiras e restaurar os fundamentos macroeconômicos que amenizem as incertezas do setor produtivo no mercado. Para isso, na avaliação de empresários e especialistas no setor, é fundamental definir uma agenda econômica que reduza os custos das empresas, aumente sua produtividade e melhore o ambiente de negócios.
Durante a abertura do seminário "Pense nas Pequenas Primeiro: Políticas de Fomento às Micro e Pequenas Empresas", realizada em Brasília (DF), o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga, pontuou alguns dos maiores entraves sofridos pelos micro e pequenos empresários. Entre eles, a dificuldade de acesso à informação de benefícios oferecidos pelo governo, ao crédito e aos novos mercados - devido a regras burocráticas -, sem mencionar a carga tributária, que dificulta a atividade empreendedora.
"Oferecer um ambiente com regras simplificadas e desburocratizadas são requisitos para o crescimento e a geração de emprego e renda. A facilitação do processo de criação de uma empresa é crucial, para que esse e outros temas essenciais sejam desenvolvidos", comentou Braga. "Mas para isso a taxa de mortalidade das empresas de menor porte precisa cair. No Brasil, mais da metade fecham suas portas em até dois anos de funcionamento", ressaltou.
Segundo o diretor-presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Luiz Barretto, em torno de 70% das empresas de pequeno porte sobrevivem ao seu segundo ano no Brasil. "Se nós não enfrentarmos uma agenda da inovação que signifique aumentar a produtividade, o País terá muita dificuldade. Portanto, o centro de nosso trabalho, além da gestão e do planejamento, será aumentar a produtividade, para dar saltos e agregar valor a esse seguimento". afirmou.
Também presente ao seminário, o secretário-executivo da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República, José Constantino, informou que as MPEs representam, atualmente, cerca de 10 milhões de negócios no Brasil. "Pensar nas pequenas primeiro é ainda mais imperativo nesse momento de ajuste econômico. A solução é apoiar cada vez mais as micro e pequena empresa, incentivar seu desenvolvimento e reconhecer a importância desses mais de 10 milhões de negócios, que são a esmagadora maioria dos empreendimentos".
Pontos a discutir
Serão debatidos no seminário três assuntos principais: o incentivo ao empreededor voltar ao mercado depois da falência; como criar um ambiente de negócios propício para as MPEs; e como aperfeiçoar as políticas brasileiras para as MPEs. Especialistas no setor presentes no evento avaliaram os temas como os mais impactantes na área atualmente.
"Necessitamos de medidas para evitar o fechamento precoce das empresas. Acesso ao mercado por meio de compras governamentais, por exemplo, representa um importante estímulo a pequena empresa. O poder de consumo do Estado pode e deve ser usado como ferramenta para o desenvolvimento econômico", destacou Robson Braga.
O seminário será realizado ao longo desta quarta-feira (29) na sede da Confederação Nacional da Indústria.
Site: Agência Gestão CT&I
Data: 29/04/2015
Hora:14h28
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Autor: Leandro Cipriano
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