Berzoni afirma que Brasil pode ser um dos países mais digitalizados até 2018

30/04/2015

A cada dia, o mercado de aplicativos se torna mais atraente no mundo. São 1,8 milhões de apps utilizados para as mais diversas aplicações, desenvolvidos por milhares de empresas e profissionais esperançosos para tirar uma fatia dos US$ 29,5 bilhões previstos para o faturamento do setor no ano passado. No Brasil, estima-se que o faturamento das empresas deste segmento seja de aproximadamente R$ 1,5 bilhão, ocupando a 11ª em termos de lucro neste mercado.

Ainda que este número pareça alto, o País tem lastro para se enquadrar em posições mais altas. A prova disso está no fato de estar entre as três nações que mais têm cidadãos fazendo downloads em lojas de aplicativos. Outro dado que aponta para a possibilidade de maior pujança é o número de celulares ativos. De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o País fechou 2014 com mais de 280 milhões de aparelhos, configurando um crescimento de 3,55% em relação ao ano anterior.

O governo já está ciente da necessidade de dar mais atenção ao mercado de aplicativos. O recado foi dado pelos próprios desenvolvedores e empresas nacionais que estão sempre surpreendendo no quesito demandas. No ano passado, por exemplo, o Ministério das Comunicações (MiniCom) escolheu 50 projetos de aplicativos para financiar, por meio do programa InovaApps. Cada um foi fomentado com R$ 4,5 milhões. No entanto, outros 2,5 mil projetos foram recebidos pela pasta na tentativa de obter recursos. Tal número chamou a atenção do MiniCom, que em resposta criou um banco de propostas com o objetivo de possibilitar a criação de mais apps.

Ainda para tentar estimular o setor, o Ministério das Comunicações celebrou um acordo com  Centro de Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília (CDT/UnB), que tem como objetivo propiciar a abertura de companhias de pequeno, médio e grande porte do setor.

“O Brasil é  quinto maior mercado de comunicações do mundo.Também é um dos países que mais se desenvolve tecnologicamente como produtor de tecnologia e como consumidor de novas tecnologias. Hoje, temos muita atratividade para as grande corporações que atuam no setor”, disse o titular do MiniCom, ministro Ricardo Berzoini, nesta quarta-feira (29), em audiência pública na Câmara dos Deputados.

O titular do Ministério das Comunicações ainda defendeu que o investimento no setor representa uma melhoria direta no cotidiano dos brasileiros. “Podemos, através das novas tecnologias, alterar fundamentalmente a vida das pessoas nas melhorias dos serviços de saúde, educação, transporte, gestão pública. Existe uma demanda muito forte, em todo o mundo e, particularmente no Brasil, para que essa infraestrutura de comunicação possa atender a todos. Que ela seja um processo de inclusão social, econômica, cultural”, pontuou.

Problemas

Berzoini lembrou que, para o setor se desenvolver de forma adequada, ainda é necessário investimento em infraestrutura. Ele explica que, para a população sentir, de fato, o impacto dos benefícios gerados pelo setor, é preciso levar internet de qualidade para um maior número de brasileiros que ainda não dispõem de tal serviço.

“O Brasil não ocupa uma posição das melhores no ponto de vista da infraestrutura.  Isto muito em função das desigualdades que nos caracterizam em todas as áreas. Em relação a banda larga, por exemplo, a nossa perspectiva é de alcançarmos 95% da população de alta velocidade”, relatou.

Para atingir estes números, o governo elabora um programa que pretende levar, até 2018, internet com velocidade média de 25 megabits por segundo (MB/s). A ideia é suprir essencialmente as escolas públicas, que hoje possuem internet, porém com conexões que servem basciamente para finalidades administrativas.

“Banda larga para uma escola oferecer conteúdo digital, com objetivo de aperfeiçoar o processo educacional,  precisa de algo em torno de 50 MB a 100 MB para ter funcionalidade. Para assegurar o orçamento necessário, vamos estimular e induzir o investimento do setor privado para que haja efetivamente esta conquista. Queremos até 2018 dizer que o Brasil é um dos países mais digitalizados do mundo”, concluiu o ministro.

De acordo com Berzoini, o programa está sendo finalizado e será lavado ao Congresso Nacional para discussão dos termos.

Site: Agência CT&I
Data: 29/04/2015
Hora: 19h21
Seção: ------
Autor: Leandro Duarte
Link: http://www.agenciacti.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=7269:berzoni-afirma-que-brasil-pode-ser-um-dos-paises-mais-digitalizados-ate-2018&catid=1:latest-news