O cenário inflacionário do passado conduziu e impulsionou o sistema financeiro brasileiro para um "regime eletrônico” acelerado, pelo emprego eficaz da tecnologia, tanto para a automação de agências, como para introdução de meios alternativos baseados em tecnologia.
Em sintonia com as mudanças do mercado financeiro e face ao crescimento da competição, os bancos vêm se estruturando para suportar o crescimento do número de clientes e o lançamento contínuo de produtos e serviços em prazos cada vez mais curtos. A atuação em nichos de mercado via segmentos de negócios é responsável pela criação de múltiplas bases de informações que propiciam maior conhecimento sobre o cliente e suas necessidades.
A tecnologia permanece como um dos mais significativos e efetivos meios para a manutenção da competitividade dos bancos. Estrategicamente vem sendo aplicada com foco no atendimento dos objetivos de negócios, proporcionando serviços de alta qualidade, sustentando o crescimento da base de clientes e garantindo rapidez e segurança nas transferências de recursos.
Por outro lado, a tecnologia vem continuamente sendo utilizada para reduzir e otimizar custos, adequar as estruturas, buscar as melhores oportunidades para aplicar o capital e consequentemente elevar a capacidade de competição frente aos concorrentes.
Neste período econômico, que atravessamos desde 2013, com importantes reflexos no mercado financeiro brasileiro, os bancos vêm tomando uma série de medidas para reposicionar o negócio em um cenário ainda turbulento. Com os indicadores da economia demonstrando fracos resultados, investimentos sendo realizados com maior cautela, juros e dólar em alta, a busca por eficiência e produtividade vêm norteando as ações nas mais diferenciadas áreas das instituições.
Porém, simultaneamente aos movimentos de corte de custos e aumento de produtividade, os bancos estão investindo em inovação e ações que reflitam em aumento de lucro. Em decorrência disto, investimentos em soluções tecnológicas podem representar excelentes oportunidades para as empresas de TI que tragam novas alternativas para simplificar o dia a dia dos processos e operações, melhorar os modelos de gestão e governança de TI e otimizar as atividades ligadas à infraestrutura, suporte e manutenção sistemas, bem como pelo desenvolvimento de novas aplicações.
Um novo modelo de consórcio de empresas fornecedoras de tecnologia está surgindo para oferecer aos clientes soluções nas mais variadas áreas e plataformas de TI. O consórcio visa potencializar sinergias entre as empresas participantes, reduzir seus custos operacionais e poder fornecer maior número de produtos e serviços aos clientes.
Ao mesmo tempo, a atividade de fusões e aquisições no país continua sendo consolidadora. O relatório da PWC mostra que o segmento de TI no Brasil teve 105 transações realizadas em 2013, e que esse número subiu para 141 transações em 2014, representando 16% do mercado. Já em janeiro de 2015 o setor de TI teve participação de 25% do mercado total de fusões e aquisições, com 15 negócios anunciados.
Nesse assunto de TI, tanto para os bancos, quanto para os fornecedores, é momento para reavaliar estratégias.
* Adilson Herrero é consultor independente na área de operações bancárias e TI. Com mais de 30 anos de carreira, foi CIO e COO de diversas instituições bancárias no Brasil, incluindo Citibank, Banco Real e Banco Alfa
Site: Computerworld
Data: 05/05/2015
Hora: 6h18
Seção: Mercado
Autor: Adilson Herrero
Link: http://computerworld.com.br/na-area-bancaria-fornecedores-de-ti-acham-novo-formato-de-venda