Capacidade explorar IoT definirá o futuro da tecnologia e do CIO

12/05/2015

Previsões do Gartner apontam que existirão 26 bilhões de objetos conectados à internet das coisas em 2020 (considerando smartphones, tablets e PCs, esse número ganha mais 7,3 bilhões de aparelhos). Todo esse volume colocará uma pressão gigantesca sobre os departamentos de tecnologia, que precisarão estar preparados para a disrupção de negócios. O que um CIO, então, deveria priorizar para estar alinhado para esse cenário?

As perguntas não param por aí. Para quais tipos de “coisas” o gestor de TI precisa se preparar? Em um primeiro nível, que categoria de produtos “burros” se tornarão inteligentes? Uma torradeira? Uma lâmpada? Uma geladeira? Que dados receberão e enviarão e como torná-los capazes de se comunicar?

Talvez a parte mais animadora disso tudo resida em toda camada de novas soluções que podem surgir. E aí entram roupas cobertas por sensores que medirão batimentos cardíacos ou temperatura corporal, por exemplo. Esse ambiente será recheado de dados emitidos e recebidos por objetos. No futuro, será difícil ter um infarto sem que ninguém saiba aquilo em tempo real.

A internet das coisas avança na medida em que sensores ganham mais capacidades e seus preços baixam. É de se esperar, pelo menos inicialmente, que esses chips considerem um contexto bastante heterogêneo. Existirão componentes para ler e transmitir, mas incapazes de controlar um maquinário. Em alguns casos será exatamente o contrário disso. Existirão também diferentes tipos de mecanismos e agrupamento de “coisas” que irão compor um ecossistema para entrega de um ambiente mais inteligente.

Padrões, inevitavelmente, irão evoluir. Porém, muitos desses standards serão direcionados a indústrias específicas, como automotiva e  de saúde. Esses avanços ajudarão a criar uma verdadeira internet do mundo físico.

Mas, para que servirá a IoT? No nível orientado aos consumidores finais, há uma série de perspectivas em múltiplos níveis: estatísticas de saúde pessoal, otimização ambiental, indicação de presença, previsões comportamentais e assim por diante.

Já no campo corporativo, existirão dois imperativos. O ambiente fabril presenciará a pressão do “smart evertything” (ou, tudo inteligente) – capaz de medir e compreender com base em dados quando e o que é usado e, em que medida, transformar sensores em algo praticamente invisível para embarcá-los nos produtos ofertados pela organização.

A segunda certeza atingirá todo mundo e versa sobre a maneira como as informações serão utilizadas para compreender e otimizar processos de negócios, ferramentas e comunicação para influenciar o comportamento do consumidor.

Em última análise, caberá aos líderes de TI estabelecer vantagens competitivas a partir da utilização da internet das coisas. Talvez um dos maiores desafios para os CIOs será a quantidade, coleta, análise e utilização adequada de registros que vêm de fontes heterogêneas. A parte boa é que big data ganha relevância justamente nesse momento. Mas a colheita de informações de sensores – muitas vezes suscetíveis a falhas, sem a calibração necessária ou até inoperantes – requer uma habilidade imensa.

Em um nível mais mundano, como máquinas que se comunicam com software, as preocupações atuais sobre a experiência do usuário serão substituídos por preocupações sobre a eficiência e eficácia também na retaguarda. Novos modelos de licenciamento também são suscetíveis a evoluir. A nuvem irá desempenhar um papel importante nesse processo.

Destacamos a heterogeneidade como uma premissa fundamental do novo contexto (pelo menos no início da propagação do conceito). Isso não significa que "a integração perfeita" não vai ser algo esperado do CIO! A expectativa é que a experiência seja sem interrupção nos ambientes domésticos, pessoais e de trabalho. APIs e extensões a partir dos fabricantes de sensores, normas e protocolos precisarão ser considerados para isso. Mas o trabalho à frente parece bastante animador.

Com todos os itens acima, qual será o papel do CIO e de que forma a própria TI vai mudar? Tenho uma crença fundamental: "Se você tratar tecnologia como commodity, é isso que ela será. Se você tratá-la como a borda criativa do seu negócio, você terá uma arma poderosa em mãos”.

Possivelmente o futuro das empresas dependerá da forma como as companhias abordarão as possibilidades de internet das coisas. Os departamentos mais inovadores verão o conceito como um grande horizonte cheio de possibilidades para criar novas formas de negócio e atuarem de forma mais preditiva na relação com o mercado e os clientes.

*Azmi Jafarey atua há mais de 25 anos como líder de TI. Seu currículo inclui prêmios de CIO do ano de 2013 pela Boston Business Journal e Mass High Tech.

Site: Computerworld
Data: 11/05/2015
Hora: 16h24
Seção: Tecnologias Emergentes
Autor: Azmi Jafarey
Link: http://computerworld.com.br/capacidade-explorar-iot-definira-o-futuro-da-tecnologia-e-do-cio