Nenhuma empresa deseja ter seus dados roubados, mas uma pesquisa feita recentemente pelo Instituto Ponemon a pedido da IBM, pode ser o empurrão que faltava para as corporações intensificarem seus esforços de proteção. Pelo menos para proteger o bolso.
O relatório apontou um aumento de 23% no custo médio de cada violação de dados corporativos. Somente no ano passado, o custo médio de cada registro comprometido aumentou 6%, indo de US$ 145 para US$ 154. De acordo com a pesquisa, as empresas brasileiras são as mais vulneráveis a sofrer atentados contra seus dados.
O Ponemon recolheu dados de 350 empresas em 11 países e todas informaram terem sofrido a violação de seus dados em algum momento, envolvendo entre 2 mil e 100 mil registros comprometidos.
“Os dados são a nova moeda digital”, explica Ken Westin, analista sênior de segurança na Tripwire. “Enquanto as empresas e o governo correm para colher e captar dados de consumidores para uso em marketing, personalização e aumento de produtividade, os criminosos estão aumentando seus meios de roubá-los para ganhar dinheiro”.
Três fatores principais colaboraram para o aumento no custo de uma violação de dados nos últimos anos, de acordo com o relatório. Entre eles está a multiplicação da incidência de ciberataques e o crescimento do número de negócios perdidos como resultado, com prejuízo médio de US$ 1,57 milhão por ataque em 2015 (era US$ 1,33 milhão ano passado).
O terceiro fator é o aumento nos custos associados à detecção e agravamento das violações de dados, incluindo atividades forenses e de investigação, serviços de avaliação e auditoria e equipes de gerenciamento e comunicação de crise. Em média, essa despesa aumentou de US$ 760 mil no ano passado para US$ 990 mil em 2015.
O estudo do Ponemon também analisou as violações de dados por países e concluiu que as empresas do Brasil e da França têm mais chances de terem seus dados comprometidos, envolvendo um mínimo de 10 mil registros, enquanto as canadenses e alemãs são as menos prováveis de sofrerem um ataque do gênero.
O custo das violações tende a ser maior nos Estados Unidos e na Alemanha e mais barato no Brasil e na Índia.
O custo por setor, sem nenhuma surpresa, é maior na Saúde, sendo que cada registro perdido representa prejuízo médio de US$ 363, contra US$ 68 no setor publico. Isso até poderia servir de consolo para o IRS (Receita Federal) dos EUA, não fossem os 100 mil cidadãos que foram recentemente afetados pelo ataque aos dados do IRS.
O relatório identificou dois fatores que podem ajudar a mitigar os custos das violações: envolvimento dos conselhos administrativos das empresas -- que pode reduzir os custos em US$ 5,5 por registro -- e a compra da proteção de seguradoras, capaz de reduzir o prejuízo em US$ 4,4 por registro.
“O custo das violações de dados continuará aumentando até que o mercado de dados roubados encolha, o que não parece provável num futuro próximo”, lamentou Westin. “As organizações precisam implantar camadas múltiplas de controles de segurança para protegerem melhor seus dados”.
Site: Convergência Digital
Data: 28/05/2015
Hora: 16h06
Seção: Segurança
Autor: Katherine Noyes
Link: http://computerworld.com.br/prejuizo-das-empresas-com-violacao-de-dados-aumentou-23-em-dois-anos