As tecnologias que os bancos têm usado são ultrapassadas, afirma especialista

A tecnologia que os bancos têm usado são ultrapassadas. A frase é de Chris Skinner, especialista no setor financeiro e um dos palestrantes do Ciab Febraban 2015, e dá dimensões dos desafios do sistema bancário tradicional rumo a um ambiente cada vez mais digital.

O especialista embasa sua afirmação no fato de que as instituições bancárias tradicionais foram modeladas no século passado, em um contexto de distribuição física de recursos, com abrangência e foco muitas vezes locais. Essas organizações centenárias, cada vez mais, precisam encarar competidores com modelos disruptivos, que desafiam suas estruturas a partir de negócios balizados em tecnologias.

As novas empresas que tiram benefício desse cenário começam com legado zero, distribuindo dados em uma rede globalizada. Não à toa, tem chamado atenção dos investidores. Skinner cita que as Fintechs (startups com soluções voltadas à vertical de finanças) receberam nada menos que US$ 30 bilhões apenas nos primeiros meses de 2015.

Na visão do especialista, isso ocorreu por trazerem propostas que reestruturam modelos de transações, automatizando processos de crédito e pagamento entre pessoas. “O ponto-chave é que as trocas de valores podem acontecer sem o intermédio de instituições bancárias”, observa. “Há uma nova cadeia surgindo, sem custo, móvel, em tempo real. O papel do banco nisso tudo ainda é uma incógnita”, acrescenta.

Skinner salienta que nos próximos dez anos, bancos precisarão digitalizar suas plataformas e o desafio que vão enfrentar é como trocar humanos e prédios por softwares e serviços, para companhar esses movimentos. “20% dos lucros de bancos vão passar para empresas de fintech até 2020”, comenta, citando estimativas da Goldman Sachs.

Restrições

Analisando o cenário no Brasil, o especialista vê uma região que restringe o avanço de modelos disruptivos na vertical de finanças. “O país teve uma tentativa de troca entre pessoas que acabou barrada”, cita, sinalizando uma postura de proteção de modelos tradicionais.

O palpite do palestrante do Ciab Febraban 2015 é que os próprios bancos nacionais aproveitarão esse contexto para assumir o que muitas startups fazem mundo afora, apropriando-se e propondo novos modelos inovadores.

Site: Computerworld
Data: 17/06/2015
Hora: 8h
Seção: Tecnologias Emergentes
Autor: Felipe Dreher
Link: http://computerworld.com.br/tecnologia-que-os-bancos-tem-usado-sao-ultrapassadas-afirma-especialista