O BI tradicional fracassou e cloud está longe de ser uma terceirização

24/06/2015

"O excel está por todo lado e a equipe voltada para BI não está dando a resposta correta para a empresa. Querem conciliar o novo com o antigo. E não é assim. O BI tradicional, de relatórios e dados que não permitam uma ação pró-ativa, fracassou", sustentou o diretor de Pesquisa do Gartner, João Tapadinhas. O VP da consultoria, Donald Feinberg, foi além: 'erra quem trata a cloud computing como um outsourcing. Não é. É mudança de processos. Quem quer ser 'moderno' sem ser, está perdendo vez", pontuou o VP. As afirmações dos especialistas foram feitas à imprensa, nesta terça-feira, 23/06, durante a Conferência Gartner Business Intelligence, Analytics & Information Management, realizada em São Paulo.

Na entrevista à imprensa, Tapadinhas disse que os líderes de TI e de Analytics estão vivendo em um mundo de 50%, passando metade do tempo no mundo tradicional e a outra metade no mundo emergente. "Está na hora de fazer a opção e definir para onde quer ir. TI precisa se aproximar de fato do negócio. Hoje ainda há um abismo. Cada equipe terá de ter um profissional de BI, que não será o cientista de dados. Mas um especialista em analisar o dado do relatório para gerar uma informação de negócio. O cientista de dados vai além", explicou o diretor do Gartner.

Ir além do BI tradicional significa contratar ferramentas de análise que não são as do dia a dia da área de TI. Por isso, diz Tapadinhas, há aplicações como Tableau e outras em uso nas unidades de negócios. "A colaboração se faz muito necessária. O relatório de ontem não é a base para novos negócios. é preciso adicionar informações em tempo real para desenhar uma melhor plataforma de análise para o negócio", sustentou o executivo do Gartner.

E se há uma buscacrescente por demandas analíticas, o mercado fornecedor se mobiliza, especialmente, no DBMS (sistemas de gestão de banco de dados). Mas aqui, mais uma vez, os gigantes da Tecnologia não estão sozinhos enão devem achar que 'têm lugar garantido junto ao cliente'.  IBM, Oracle e SAP querem esse mercado, mas há empresas de menor porte chegando e querendo o seu lugar, como Cloudera, Mongo e outras, acrescenta Feinberg.

Sobre computação em nuvem, Feinberg foi duro: cloud não é outsourcing. As grandes corporações querem assim, mas não é esse o conceito da nuvem, pontuou o VP do Gartner. Segundo ele, os modelos que mais farão sucesso no conceito analytics são a computação em memória e na nuvem. “Cloud e in memory mudam cenário das empresas no mundo inteiro e isso está chegando no Brasil. Os grandes players e as startups já estão preparando suas ofertas. Acredito que em dez meses, teremos o uso pleno do analytics aqui”, sinalizou.

De acordo ainda com o Gartner, inércia, mudanças e resistência humana ao novo estão reduzindo a capacidade das empresas de obter mais de seus dados. Carreiras foram construídas em torno da proteção de dados, ao invés de compartilhá-los livremente, mas os novos modelos comerciais dizem respeito ao compartilhamento de informações.

"Líderes de TI e de Analytics não devem cair na armadilha de tentar equilibrar exigências opostas, ou de escolher entre elas. Em ambos os casos, perderão, independentemente da escolha que fizerem ou do equilíbrio que obtiverem. Ao invés disso, eles devem procurar maneiras de abordar ambos os lados do problema por meio de um processo de síntese", detalhou ainda Frank Buytendijk, Vice-Presidente e Analista Renomado do Gartner.

*Com informações da Assessoria do Gartner

Site: Convergência Digital
Data: 23/06/2015
Hora: ------
Seção: Negócios
Autor: Ana Paula Lobo
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=39946&sid=5