Pesquisadores querem transformar DF em smart city

24/06/2015

O Brasília 2060, programa de planejamento sustentável para o Distrito Federal nas próximas décadas, está parado desde o ano passado. A falta de diálogo entre o governo do DF e os pesquisadores responsáveis pela iniciativa, assim como a dificuldade em conseguir acesso a informações necessárias para compor o seu planejamento, impedem o andamento do projeto.

Segundo os pesquisadores, o DF sofre atualmente de diversas situações inerentes a grandes cidades: inchaço populacional, concentração econômica somente em  Brasília e não nas demais cidades do DF, trânsito, desemprego, além de atendimento precário na saúde e na educação. Ainda que o cenário seja de aparente caos, há possibilidades de contornar tais problemas com o uso de tecnologias, especialmente no que se refere ao crescimento descontrolado dos centros urbanos.

"Hoje existe uma série de tecnologias que levam para a direção das smart cities. Aplicativos para trânsito e para a saúde, por exemplo. Mas o importante é entender onde Brasília precisa da questão tecnológica para avançar no sentido de se tornar uma cidade inteligente, que na nossa concepção, não é apenas uma cidade que usa diversos aplicativos, mas onde a população tenha qualidade de vida", afirmou o coordenador do Projeto Brasília 2060, Paulo Egler.

Com o objetivo de trazer estes benefícios aos moradores do Distrito Federal, os pesquisadores envolvidos no projeto sugeriram mobilizar atores importantes do setor de CT&I em busca de cooperações não apenas em âmbito local, mas de outros níveis. Para ser economicamente viável a implantação de cidades inteligentes é preciso investir em tecnologias locais já consolidadas ou em processo de desenvolvimento.

"O nosso foco será acabar com entraves na saúde, no transporte ou na educação por meio do desenvolvimento tecnológico”, afirmou Lucimar Batista de Almeida, coordenadora dos programas acadêmicos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). “Já temos aqui alguns elementos prontos para utilizar, como a democracia digital, a interface da Secretaria de Ciência e Tecnologia e em um terceiro nível os atores [de CT&I], tendo uma conversa com técnicos e dirigentes, para buscar soluções nas diferentes áreas e conseguir um conhecimento amplo do que se está fazendo", destacou.

Metas

Para o projeto dar certo, os especialistas explicam que é fundamental um trabalho de popularização do conceito de smart cities, especialmente porque é uma benfeitoria voltada essencialmente para o cidadão comum. Os pesquisadores ainda terão que avaliar as reais necessidades das regiões administrativas do DF, traçar um plano estratégico para elaborar por onde começar a empreitada, além de definir as responsabilidades de cada um neste esforço coletivo.

“Hoje o conceito de cidade inteligente está muito mais para essa vertente da boa qualidade de vida, da participação da sociedade, do que somente o uso de um bando de aplicativos tecnológicos. É nesse sentido que pretendemos mapear quais são os grandes problemas de Brasília, nos diversos temas de atuação, como transporte, energia, educação e saúde”, explicou Paulo Egler.

O debate foi realizado nesta terça-feira (23) na sede do CNPq, em Brasília (DF), durante o "Workshop e-Planning Territórios Sustentáveis", organizado pelo Instituto Brasileiro de Informação Ciência e Tecnologia (Ibict).

Site: Agência Gestão CT&I
Data: 23/06/2015
Hora: 18h51
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Autor: Leandro Cipriano
Link: http://www.agenciacti.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=7542:pesquisadores-querem-transformar-df-em-smart-city-&catid=3:newsflash