Falta pouco mais de um ano para as Olimpíadas no Rio de Janeiro, mas o Comitê Organizador Local já vem realizando treinos periódicos e exercícios de ataque e defesa contra ameaças cibernéticas, de forma a evitar problemas durante a competição, que começa em 5 de agosto de 2016. Faz sentido. A expectativa é de que a próxima edição dos Jogos Olímpicos sofram muito mais ameaças do que na última edição, em 2012.
“Se em Londres já era desafiador, no Rio será muito mais. Lá foram muitos ataques. Mas temos uma expectativa de que nas Olimpíadas do Rio a quantidade de ataques será quatro vezes maior”, disse o especialista em segurança da informação e representante do comitê local, Rômulo Rocha.
Ao participar de painel sobre a preparação para os jogos no terreno das ameaças informáticas na Conferência Integrada ICCyber ICMedia 2015, realizada em Brasília, Rocha sustentou, porém, que a preparação está igualmente mais intensa.
“De Londres para cá vivemos uma ‘transição do perímetro’, quer dizer, as pessoas trabalham mais de home office, usam mais a ‘nuvem’, o BYOD [uso de dispositivos pessoais, no jargão em inglês] é mais comum. O desafio é grande, mas trabalhamos muito com testes contínuos, com segurança ofensiva. E, como em Londres, fazemos muito testes. Só que mais. Hoje, já temos dobro de testes feitos para Londres, e faremos muito mais”, afirmou.
A perspectiva de uma quantidade ainda maior de ataques é significativa. Os organizadores das Olimpíadas de Londres, de 2012, dizem ter sofrido 165 milhões de eventos relacionados à segurança – ainda que a maior parte questões triviais, como trocas de senhas ou falhas de acesso.
Ao menos oficialmente, pelo menos 97 casos foram considerados como incidentes sérios de segurança. “Tivemos ataques sustentados de mais de 200 milhões de tentativas de negação de serviço [no site oficial dos Jogos]”, disse Oliver Hoare, na época chefe de cibersegurança do comitê preparatório londrino.
Como lembrou Rômulo Rocha, do comitê carioca, a grande visibilidade dos Jogos Olímpicos é em si um chamariz para ameaças. “Quem vence um sistema de segurança nas Olimpíadas fica famoso”, disse. A preocupação com a segurança cibernética mexe até com o mercado patrocinador, a Symantec. “Será a primeira Olimpíada que tem um patrocinador da área de segurança da informação”, emendou.
Site: Convergência Digital
Data: 30/06/2015
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Seção: Segurança
Autor: Luís Osvaldo Grossmann
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=39968&sid=18