As concessões de telefonia fixa podem até ser desprezadas pelas concessionárias – e pela própria Anatel – como sem atratividade e sem futuro diante das perspectivas pouco favoráveis aos serviços de voz. Mas a rede de fios de cobre, associada ao Serviço Telefônico Fixo Comutado, continua sendo o principal suporte para acesso à internet fixa no Brasil.
Os dados mais recentes da Anatel dão conta de que 13,3 milhões, dos 24,7 milhões de acessos fixos em banda larga do país, são atendidos por xDSL, sigla que representa as tecnologias de transporte de dados sobre a tradicional rede de pares trançados. Ou 53,67% do total.
Depois dela, é a rede de cabos coaxiais – ou seja, a rede da TV a cabo – que aparece em segundo lugar, com 31,8% das conexões fixas, que é basicamente a participação de mercado da mexicana Telmex (Net + Embratel + Claro, 31,6%). Os acessos por fibra óptica são pouco mais de 1,09 milhão, ou 4,4% do total.
Concentração
Não por menos, são os grupos econômicos das concessionárias de telefonia os líderes absolutos nos acessos à internet brasileira. Daqueles mencionados 24,7 milhões de conexões – número relativo ao mês de maio, o mais recente da Anatel – 21,5 milhões são de clientes da Telmex, da Telefônica e da Oi.
Isso representa que 86,9% do mercado de internet fixa no país está concentrado em apenas três grupos – concentração que ficou maior porque, vale lembrar, a Telefônica comprou a GVT, na prática a única empresa “espelho” bem sucedida do modelo adotado a partir da privatização do setor.
Nos primeiros cinco meses deste 2015, a quantidade de acessos fixos à internet cresceu cerca de 3,3%, com a adição líquida de 810.965 novos assinantes. Desse crescimento, 405,9 mil dos novos acessos, portanto 50% da alta, também foi concentrada nos grupos dominantes.
Autorizadas
Dados da Anatel também relativos ao mês de maio sustentam o cenário ruim para a telefonia fixa prestada pelo STFC – ou seja, pelo regime público. Naquele mês eram 44,86 milhões linhas fixas ativas no país, abaixo dos 45 milhões registrados no fim do ano passado.
Esse número inclui os 26,58 milhões de telefones fixos em uso por meio do STFC, além dos 18,28 milhões de linhas das autorizadas, empresas não concessionárias como Net ou GVT. Como vem sendo tendência, aos poucos as autorizadas vão ampliando sua participação e atualmente detém 40,75% do mercado.
Site: Convergência Digital
Data: 01/07/2015
Hora: ------
Seção: Telecom
Autor: Luís Osvaldo Grossmann
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=40012&sid=8