Pesquisadora dos EUA atesta efeito positivo de videogame na aprendizagem

28/07/2015

O videogame faz parte da vida de muita gente mundo afora. A expansão do setor de jogos eletrônicos vem crescendo bastante desde a década de 1980, mas atualmente ele atinge crianças da mais tenra idade até os adultos e movimenta bilhões de dólares anualmente. Visto como um meio de entretenimento, o videogame também é apontado como um meio de alteração de comportamentos e pode servir também para a educação.

Pesquisadora na Universidade Rockester, dos Estados Unidos, Daphne Bavelier trabalha com formas de aumentar a capacidade do cérebro para o aprendizado. E exatamente os videogames podem ser ferramentas eficazes para isso. Por incrível que pareça, jogos de ação com bastante violência têm efeito positivo em muitos aspectos do comportamento humano.

Ao contrário do que se pensa, ficar em frente à televisão jogando videogame tem potencial benéfico para a pessoa. Segundo o estudo de Bavelier, pessoas que não jogam muito jogos de ação e que não gastam horas olhando para um televisor têm visão normal, o que é chamado de visão normal-para-corretiva. Já aquelas que se permitem jogar de cinco a 15 horas semanais têm uma visão melhor.

“Crianças, jovens e adultos que jogam por longas horas são capazes de resolver pequenos detalhes o contexto de desordem, e isso significa que são eficientes em ler uma bula sem o auxílio de óculos. Eles também têm capacidade de perceber diferentes tons de cinza e têm melhor sensibilidade ao contraste”, afirmou a pesquisadora. “Então, estamos aproveitando esse trabalho para desenvolver jogos para pacientes com baixa visão, para ter um impacto no treinamentos dos seus cérebros para ver melhor. Claramente, quando se trata de videogames de ação, tempo na frente da tela não torna sua vista pior”, acrescentou.

Outro dado aponta que videogames não levam a uma perda de atenção. O nível de atenção determina a velocidade com que se resolve um conflito e pessoas que jogam vários jogos de ação solucionam um determinado problema de forma mais rápida. Isso se explica por uma interconexão entre várias regiões diferentes do cérebro.

Simultâneo

O ensino de música e outras técnicas, como a meditação, têm um grande impacto na educação. Os videogames mostraram ser importantes como ferramenta para o aprendizado, como na mudança de tarefa, no controle cognitivo, na habilidade espacial. Outras características que os jogadores de videogames de ação apresentaram foram o autodomínio, a autoconfiança, o desejo de aprender, a motivação e a excitação.

Jogar levou ao melhor controle da visão, à melhor seleção de tarefas relevantes e fez com que as pessoas tivessem uma percepção e um controle motor visual superior daquelas que não jogam. Mas o sistema de tecnologia é muito amplo; os videogames não são as únicas ferramentas tecnológicas que podem ser usadas para a aprendizagem.

"Compramos a ideia de que temos que ser multitarefas, mas em nosso estudo, pessoas que usaram várias mídias ao mesmo tempo tiveram um desempenho pior na tarefa que selecionamos", disse. "Isso revela que não podemos comparar o efeito de ser uma pessoa multitarefa e o efeito de ser um jogador de videogames. Há diferenças nos aspectos de cognição, percepção e atenção de cada um desses indivíduos.

Apesar dos pontos positivos dos jogos de ação, a cientista alerta: a tecnologia não é uma "boa babá". Faz parte do papel dos pais conversarem com os filhos, educarem e observarem os tipos de jogos que as crianças e jovens estão jogando.

"Quando pensamos sobre o efeito dos videogames no cérebro, percebemos que é muito similar ao efeito do vinho na saúde. Há alguns usos ruins do vinho, assim como há usos ruins dos videogames. Mas quando consumidos em doses razoáveis, e na idade certa, vinho pode ser muito bom para a saúde. Há de fato moléculas especificas que têm sido identificadas no vinho tinto que levam a uma maior expectativa de vida", comparou.

*Com informações da ABC

Site: Agência CT&I
Data: 27/07/2015
Hora: 16h22
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