As empresas latino-americanas investem, em média, cerca de US$ 54,7 milhões em iniciativas focadas em Internet das Coisas. O valor representa 0,23% do total de suas receitas. No Brasil, o valor médio alocado nesses projetos é de aproximadamente US$ 79 milhões. Em 2018, espera-se que os orçamentos sejam maiores, com empresas da América Latina gastando 22% em IoT.O cenário é descrito no estudo Global Trends, divulgado pela Tata Consultancy Services. O levantamento indagou 795 executivos de grandes multinacionais e identificou o enorme potencial trazido pelo conceito como forma de elevar receitas das organizações.
Em termos globais, as empresas brasileiras, em comparação com os outros países pesquisados, foram as que mais reportaram aumento na receita, em torno de 11% a 20%. Entre 2015 e 2018, as companhias latino-americanas esperam que as suas receitas tenham um aumento de 17,8% por conta das iniciativas da Internet das Coisas.
De acordo com a TCS, a melhoria nos resutlados está sendo registrada em várias partes do mundo, com todas as regiões reportando crescimento de dois dígitos em 2014, fruto de investimentos em IoT. As empresas norte-americanas tiveram ganhos de 18,8% em relação ao ano anterior.
A Europa como um todo apresentou um crescimento de 12,9%, enquanto a região Ásia-Pacífico viu um aumento de 14,1%. Já a América Latina comemorou um impressionante crescimento de 18,3%. Em 2015, as empresas europeias planejam investir US$ 93,9 milhões em média, com as empresas francesas liderando o grupo (US$ 138 milhões em média) à frente da Alemanha (US$ 86,2 milhões) e do Reino Unido (US$ 80,9 milhões).
Companhias norte-americanas vão investir 0,45% da receita este ano em iniciativas de IoT, enquanto as europeias farão investimentos de 4,0%. Empresas da Ásia-Pacífico investirão 0,34% da receita em IoT. Isso tem levado empresas da América do Norte e da Europa a vender produtos inteligentes conectados com mais frequência do que as da Ásia-Pacífico e América Latina.
Em todos os segmentos, aquelas empresas que estão investindo na IoT reportam um crescimento expressivo da receita como resultado dessas iniciativas, com um aumento médio de 15,6%em 2014. Praticamente uma em 10 (9%) organizações teve uma elevação de pelo menos 30% na receita.
Potencial
Os executivos encaram a IoT como uma área de crescimento para os negócios. Entre as 795 empresas entrevistadas, 12% dos líderes de negócios planejam investir US$ 100 milhões em 2015 e 3% buscam fazer um investimento mínimo de US$ 1 bilhão. O relatório também mostrou que as empresas esperam que seus orçamentos para IoT continuem crescendo ano a ano, com valores que devem aumentar 20% até 2018, somando US$ 103 milhões.
Um grupo de 8% dos entrevistados, selecionado com base no melhor retorno sobre investimentos em IoT, reportou um surpreendente ganho médio de receita de 64% em 2014 como resultado direto dessas iniciativas. Atualmente, o maior impacto nos negócios é a possibilidade de oferecer mais serviços e produtos personalizados, no entanto, até 2020, isso deixará de ser uma função de marketing para se tornar um meio de aumentar as vendas por meio de maior valor agregado para os clientes.
Esse fato está contemplado na constatação de que o uso mais frequente das tecnologias de IoT pelas empresas é o monitoramento de clientes através de aplicativos móveis - quase metade de todas as empresas (47%) adota essa prática. Mais da metade (50,8%) das organizações que lideram as iniciativas de IoT admite investir nessas tecnologias para rastrear seus produtos e saber como eles estão se comportando, enquanto isso acontece apenas com 16,1%dos entrevistados com os níveis mais baixos de retorno sobre investimentos em IoT.
O setor de saúde tem sido aclamado como aquele com maior potencial para se beneficiar com a IoT, porém continua sendo um dos segmentos mais subdesenvolvidos nesse campo devido a restrições regulatórias e preocupações relacionadas à segurança de dados que atualmente dificultam a inovação. O setor planeja investir apenas 0,3% de sua receita em IoT em 2015, mas aumentará esse valor em pelo menos 30% até 2018. O segmento da saúde impulsionado pelo conceito deve valer US$ 117 bilhões até 2020.
De outro lado, o segmento de manufatura reportou o maior aumento na receita gerado pela IoT, com uma média de 28,5%, seguido pelos setores de serviços financeiros (17,7%) e mídia & entretenimento (17,4%). A indústria automotiva tem o menor ganho de receita com apenas 9,9%.
Obstáculos
Apesar dos dados animadores sobre investimentos em IoT e os impactos positivos na receita, o relatório também revelou que ainda existem grandes desafios para tornar realidade a promessa da IoT para empresas em todos os segmentos. O estudo constatou que os três principais obstáculos são:
1. Cultura corporativa: os entrevistados identificaram como uma importante barreira a incapacidade de fazer os funcionários mudarem a maneira como enxergam clientes, produtos e processos;
2. Liderança: é fundamental ter altos executivos que acreditem na IoT e estejam dispostos a investir tempo e recursos;
3. Tecnologia: questões em torno da tecnologia continuam sendo motivo de preocupação, incluindo a capacidade de lidar com grandes volumes de dados, desenvolvimento interno versus externo, a integração da IoT com sistemas corporativos, segurança e confiabilidade.
Site: Computerworld
Data: 27/07/2015
Hora: 16h58
Seção: Tecnologias Emergentes
Autor: ------
Link: http://computerworld.com.br/brasileiras-investem-em-media-us-79-milhoes-em-projetos-de-iot