Operadoras brasileiras de telecom preparam investida contra WhatsApp

21/08/2015

Operadoras de telecom no Brasil preparam uma ação ofensiva conjunta contra o funcionamento do aplicativo de mensagens WhatsApp no Brasil. As empresas, segundo reportagem da Reuters, devem entregar um documento contendo argumentos jurídicos e econômicos à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que questionam a oferta do recurso de chamada de voz do aplicativo no país e seu impacto no setor.

A informação foi dada à Reuters por fontes ligadas ao setor, que permaneceram anônimas. Segundo as informações da agência, uma das empresas do setor estudaria entrar com uma ação judicial contra o serviço. As empresas argumentam que seu problema é com o serviço de voz e não com a troca de mensagens.

O argumento gira em torno do fato de que o WhatsApp permite ao usuário fazer chamadas de voz diretamente a outro usuário do aplicativo a partir do smartphone. As empresas afirmam que como o WhatsApp está associado ao número de telefone do usuário, e não a um login e senha específicos, como é o caso de aplicativos de voz como o Skype, a chamada via WhatsApp seria uma chamada ligando dois números móveis.

Nesse caso, as operadoras afirmam que haveria o uso impróprio de uma linha de celular autorizada, pela qual as empresas de telefonia pagam tributos e o WhatsApp não. Nem a assessoria do WhatsApp no Brasil, nem o Facebook (dono do aplicativo) e nem as operadoras se manifestaram sobre a reportagem da Reuters.

A oferta de comunicação de voz via WhatsApp no Brasil é recente e também está disponível em outros países. Mas, ao contrário do que estariam afirmando as operadoras, apesar do número de telefone ser o identificador do usuário, todo o processo de comunicação no aplicativo, mesmo por voz, se dá via pacote de dados de internet e não por meio de pacote de voz.

A reportagem da Reuters afirma que todas as operadoras estariam endossando o documento a ser entregue à Anatel, incluindo operadoras como TIM e Claro que oferecem promoções de uso gratuito do WhatsApp para seus clientes a partir de parceria comercial com o aplicativo. Nesses casos, no entanto, a oferta não se estende para o uso do recurso de voz.

Recentemente, o presidente da Telefônica Vivo, Amos Genish, chamou o WhatsApp de pirata, referindo-se ao serviço de voz e afirmou que a Vivo não faria ofertas envolvendo o aplicativo para seus clientes.

Site: Computerworld
Data: 20/08/2015
Hora: 15h48
Seção: Telecom
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