Stefanini: Governo destruiu um trabalho de 10 anos no setor de Tecnologia da Informação

21/08/2015

A reoneração da folha de pagamento para o setor de TI – a proposta do Governo de subir a alíquota de 2% para 4,5% foi aprovada pelo Senado e vai à sanção da presidenta Dilma Rousseff – destruiu um trabalho de 10 anos para construir um setor de Tecnologia da Informação consistente e capaz de concorrer mundialmente, sustentou o presidente da Stefanini, Marco Stefanini, em entrevista ao portal Convergência Digital.

De acordo com o executivo, o setor de TI foi punido, mesmo tendo cumprido todos os objetivos da desoneração, entre eles, gerar 30% mais empregos formais do que o acordado em 2011, quando o projeto foi iniciado no Governo Dilma. “Essa medida não vai trazer nenhum acréscimo de impostos ao governo. Ao contrário. As pequenas e médias empresas tendem a voltar a trabalhar com os PJs e a arrecadação vai cair. Infelizmente, todo mundo perdeu. O governo e as empresas”, lamentou.

Stefanini, que está à frente de uma das poucas empresas nacionais com presença forte no exterior, disse que a reoneração já está à mesa para os empresários. Isso porque será necessário renegociar os contratos com os clientes, tarefa ainda mais complexa diante do momento econômico do país. Para o presidente da Stefanini, a área de serviços de TI  registra uma margem muito baixa-  em torno de 3%. “Ainda é um mercado extremamente competitivo. Se nossa margem fica em torno de 3% e o aumento é de 2,5% percentuais, o impacto será significativo”, sinaliza.

Stefanini admite que ‘ainda está digerindo a bomba’, mas já começa a pensar num plano de ação. “Como disse, o trabalho mais complexo será o de renegociar com os clientes”. A possibilidade de não optar pela desoneração – uma opção presente no projeto do governo – não pega a área de Serviços de TI, mais intensiva na contratação de mão de obra. Mas fará, segundo o executivo, as pequenas e médias empresas repensarem a formalização.

“É um incentivo para subcontratar serviços e não ter empregados. Todo o trabalho de formalização de empregos foi jogado fora. O governo pensou apenas no INSS. Esqueceu o Imposto de Renda e outros tributos da carteira assinada. Agora o jogo mudou”, finalizou Marco Stefanini.

Site: Convergência Digital
Data: 20/08/2015
Hora: 12h16
Seção: Governo
Autor: Ana Paula Lobo
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=40418&sid=11