Responsável pelo inquérito da Polícia Federal que investigou a violação das comunicações da presidenta Dilma Rousseff – na esteira das denúncias de Edward Snowden – o delegado Carlos Eduardo Sobral, hoje na secretaria extraordinária de grandes eventos, lembrou nesta quinta-feira, 20/8, na CPI dos Crimes Cibernéticos, que as vulnerabilidades identificadas então permanecem.
“É uma questão delicada. Quando tratamos de inteligência de Estado não tratamos mais de crime organizado, mas um nível extremamente mais elevado. É segurança nacional, e há uma disputa grande internacional entre Estados Unidos, Europa, China e Rússia, e nesse contexto que estamos”, afirmou Sobral, ao reconhecer que não houve como materializar a interceptação.
Como destacou, as possibilidades de interceptação das comunicações, que o inquérito não conseguiu materializar, têm relação direta com a dependência tecnológica. “Nós usamos equipamentos que não são nacionais. São americanos, chineses, russos, europeus. E esses equipamentos normalmente têm um backdoor, têm uma parta de saída que pode ser aberta”, disse.
Para ele, o resultado da investigação foi em reforçar o alerta. “O recado foi claro: protejam-se, protejam as suas informações, criem a criptografia de Estado brasileiro, desenvolvam técnicas para proteger os dados, criem seus próprios antivírus. Protejam as informações porque o risco vai continuar, porque usamos satélites que não são nossos, usamos fibras ópticas em cabos submarinos que passam pelos Estados Unidos e outros países.”
Site: Convergência Digital
Data: 21/08/2015
Hora: ------
Seção: Segurança
Autor: Luís Osvaldo Grossmann
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=40423&sid=18