Teles x OTTs: Google diz que debate precisa acontecer 'sem paixão'

26/08/2015

 'Sem paixão'. Assim o presidente do Google, Fabio Coelho, disse que tem de ser o debate sobre o impacto de novos serviços no mercado de Telecomunicações. Segundo ele, há diferentes forças competitivas e um ajuste precisa ser feito, mas que é preciso impedir que se crie um ambiente de incerteza no Brasil. Em evento realizado em São Paulo, o executivo disse ainda que o Google está fora desse embate regulatório. “Nós pagamos todos os impostos no Brasil; somos uma empresa de tecnologia que é tributada como tal”, sustentou.

Especificamente sobre o WhatsApp e outros serviços de voz, Coelho lembrou que as teles detêm um naco da receita desses aplicativos. “Vale lembrar que quem trouxe o WhatsApp para dentro das plataformas foram as próprias empresas de telecomunicações, que cobram por isso através de seus planos de dados”, pontuou. Nessa terça-feira, 25/08, o Google divulgou uma pesquisa sobre o nível de conectividade do brasileiro.

O estudo faz parte do programa “Micro-momentos” do Google, que tem como objetivo entender o novo comportamento do consumidor. Ela foi realizada entre junho e agosto de 2015 e entrevistou mais de 1.200 usuários de smartphones. Todos tinham idade entre 14 e 54 anos e eram das classes A, B e C das regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. O levantamento constatou, por exemplo, que o tempo gasto pelas pessoas na internet em dispositivos móveis aumentou 112% no último ano.

Em cinco anos, houve um aumento de quase dez vezes no número de brasileiros que acessam a internet pelo celular. Em 2015, são 93 milhões de pessoas, contra 10 milhões em 2010, pontua ainda o estudo. Para Fabio Coelho, a principal diferença entre o consumidor brasileiro e de outros mercados é o uso do YouTube. “O brasileiro consome e posta muitos vídeos na plataforma, pois ele é hipersocial”, disse.

Com tanta audiência, não poderia ser diferente: o Brasil é um dos principais mercados do YouTube no mundo. “Com a ascensão econômica da classe C, a nossa plataforma de vídeos no Brasil aumentou consideravelmente, virou nosso foco”, conta o presidente. Houve um aumento de 72% em buscas relacionadas a “como fazer” no YouTube.

Isso significa que os brasileiros estão utilizando a plataforma de vídeos para aprender coisas. De acordo ainda com a pesquisa, no primeiro semestre de 2015, brasileiros viram mais de 2 milhões de horas desse tipo de conteúdo -- metade desse tempo foi gasto em smartphones e tablets.

*Com agências de notícias, G1 e Olhar Digital e Exame

Site: Convergência Digital
Data: 25/08/2015
Hora: 14h55
Seção: Telecom
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Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=40445&sid=8