Exército busca soluções tecnológicas nacionais em comunicações

27/08/2015

O Exército Brasileiro foi ao Fórum RNP nessa quarta, 26/8, e deixou um recado à indústria nacional de tecnologia: hoje, a orientação é buscar prioritariamente soluções nacionais, a começar pelos projetos de conectividade, defesa cibernética e a busca por um sistema integrado nacional de comunicações baseado em tecnologias 4G.

“Vivemos um momento novo nas Forças Armadas, uma orientação para que se olhe as soluções dentro do Brasil. Já fomos muito importadores das soluções do estado da arte. Deve se buscar o estado da arte, mas por um roadmap tecnológico em que possa chegar a uma solução ótima, de mercado, até exportadora, mas que se inicie no Brasil com a resposta possível. Até com requisitos um pouco mais simples em uma fase inicial”, afirmou o vice-chefe de Tecnologia da Informação e Comunicações, general Antonino dos Santos Guerra.

A Rede Nacional de Ensino e Pesquisa realiza nesta semana, em Brasília, seu fórum anual e estreou uma trilha sobre a indústria de defesa. Santos Guerra listou ali iniciativas como o programa de defesa cibernética; o Amazônia Conectada, de fibras ópticas subaquáticas; e a busca que continua por um Sistema Nacional de Comunicações Críticas, uma rede com tecnologia 4G interoperável entre Forças Armadas, segurança pública, serviços de emergência.

Há iniciativas bem sucedidas. “Fizemos um simulador de operações cibernéticas dentro do Exército. Pesquisamos soluções de Israel, Itália, França, fizemos nossos requisitos e a indústria nacional foi capaz de responder. Temos o melhor simulador de guerra cibernética do mundo, feito por uma empresa brasileira”, afirmou o general. Já o Amazônia Conectada trocou o fornecedor nacional de fibras ópticas por uma fábrica da Noruega, que propôs um preço 60% menor.

Foi o jeito de fazer andar o projeto, que sofreu com cortes orçamentários. Mas a orientação de privilegiar compras nacionais continua. “Os negócios nas Forças Armadas são de longa gestação, mas persistentes, não são abandonados. E temos a orientação de buscar mais conteúdo nacional. A gente pode esperar a maturidade da empresa nacional, não estamos com o inimigo às portas, temos tempo de maturar uma solução e construí-la com a nossa tecnologia”, disse.

Sinal disso é a busca por um sistema nacional de comunicações que seja interoperável entre defesa, segurança pública e serviços de emergência baseado em 4G. O Exército vem liderando essa questão há anos e tem um projeto piloto em Brasília. Neste ano, vai para a primeira contratação – fazer a rede no Distrito Federal. O processo de informações e cotações, via RFI, começa ainda este ano e deve ter licitação em 2016. “Como são redes, alguma parcela será importada. Mas o integrador será necessariamente nacional”, afirmou Santos Guerra.  

Site: Convergência Digital
Data: 26/08/2015
Hora: ------
Seção: Telecom
Autor: Luís Osvaldo Grossmann
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=40455&sid=8