O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta terça-feira (22) que o Brasil precisa de imaginação, e não da ilusão de fórmulas mágicas, para que a economia chegue ao crescimento. Levy participou de um seminário da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no Itamaraty, em Brasília, e defendeu a construção de uma agenda de crescimento que envolva equilíbrio fiscal.
“A gente tem de ter humildade e as pessoas têm de entender a razão desse esforço. As pessoas precisam se motivar, ter a confiança de que esta transição vai nos levar a uma economia mais aberta, dinâmica, vigorosa. A gente terá esse desenvolvimento econômico”, garantiu.
Levy voltou a defender reformas estruturais na economia brasileira para aumentar a produtividade, como a simplificação na arrecadação de tributos e a melhoria na qualificação da mão de obra. “Vamos aproveitar a nova classe média, que foi criada. Dar oportunidade para a classe média. A palavra no Brasil tem que ser oportunidade para ascensão da classe média. E ela precisa adquirir novas habilidades e novas capacidades no mercado de trabalho”, acrescentou.
Segundo ele, é importante para a sociedade rever o funcionamento do Estado para que este possa atender às necessidades da população do país, a sétima economia do mundo. “Temos que ter uma economia com conteúdo cada vez mais tecnológico, capaz de concorrer e gerar emprego de qualidade, em que a produtividade seja a sustentação do crescimento. A gente não pode viver só do cartão de crédito. A gente não pode viver só gastando colchão fiscal. A gente tem que crescer e ter uma nova fase através da produtividade”, alertou.
O ministro disse ainda que está “antenado” para os desafios da economia. Segundo ele, “o desafio do governo, não é restaurar o passado, é facilitar o futuro”.
Joaquim Levy também criticou o engessamento na forma como é elaborado o Orçamento Federal. Ele disse que, em muitos países, os orçamentos são feitos de forma mais flexível, com definição de objetivos a serem cumpridos. "Não apenas objetivos de gasto ou realização, mas também de objetivos finais. Por exemplo, não quero saber só quantos de hospitais eu abri, mas como é que melhoraram os indicadores de saúde da população. Ter essa realidade, essa verificação do que se gastou e o que obteve com o que se gastou é exatamente o que a gente precisa".
Com Agência Brasil
Site: Jornal do Brasil
Data: 22/09/2015
Hora: 13h115
Seção: Economia
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