Por Nathalie Mérand*
Eles criam vídeos de seis segundos e nunca viram uma máquina de fax. Eles não sabem o preço de um selo postal e alguns nunca sequer usaram um. Em alguns países, como nos Estados Unidos, eles ganham uma média de 16 dólares por semana de seus pais como mesada, o que chega a um total de 44 bilhões de dólares inseridos no mercado local anualmente. Estes são os indivíduos da geração Z.
A geração X, que chega à meia idade, pode ter desenvolvido a Internet. A geração Y chegou logo após, para socializá-la. Mas, a geração Z, que constitui 32% da população brasileira, já a consome diariamente e a utiliza como fonte de renda. Então, como isso impacta no perfil dos consumidores da geração Z? Qual é a experiência do cliente ideal para eles?
Ainda é muito cedo para fazer previsões assertivas, mas listo aqui algumas dicas para melhor comunicar-se com a geração Z:
1. Desligue o telefone
Dizem que a geração Z processa informações mais rapidamente por estarem expostos desde muito jovens ao universo digital, mas eles também apresentam o menor tempo de atenção. O que funciona para a geração Z? Vídeos de dez segundos: a marca de uma de suas plataformas favoritas, o Snapchat. Algumas lojas já utilizam o aplicativo para promover promoções relâmpago, por exemplo. E, por falar em "rápido", vamos para o próximo.
O Facebook foi fundado em 2007, época na qual os jovens da geração Z estavam apenas no ensino fundamental. Enquanto seus irmãos mais velhos continuam postando fotos de encontros com colegas de faculdade, estes jovens seguem em frente. Apesar do acesso a plataformas 'mais antigas' ser mais baixo entre os membros da geração Z, 65% para o Facebook e 27% para o Twitter, ainda assim, eles checam estas redes sociais ao menos uma vez por semana, o que permite que eles se associem à sua marca por meio de "curtidas" ou "check-ins", por exemplo. Mas, claramente, este não é o melhor canal para conversar com essa geração.
Este grupo não compartilha apenas "selfies", eles publicam suas exigências e preocupações. Desde revelações particulares, como assumir a sua sexualidade ou conviver com distúrbios de bipolaridade, até engajamento com marcas utilizando vídeos de cinco segundos. A geração Z é aberta sobre quem são, o que eles gostam e quais são suas preferências.
Ouvi-los com atenção é definitivamente a chave do sucesso, uma vez que os hábitos desta geração ainda vão evoluir. Com tudo isso, é impossível evitar a pergunta: será que um dia as empresas abandonarão de vez suas centrais de atendimento por telefone? Ainda que ter um "0800" seja uma exigência legal para as empresas brasileiras, a geração Z vai certamente transformar os call centers tradicionais. Ninguém pode prever como a experiência do cliente para este grupo será, mas está claro que eles não terão medo de se manifestar. Isso se as empresas conseguirem a atenção da geração Z tempo suficiente para que isso aconteça.
*Nathalie Mérand é gerente de Marketing da Genesys.
Site: Canaltech
Data: 23/09/2015
Hora: 8h05
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Autor: Nathalie Mérand
Link: http://corporate.canaltech.com.br/noticia/gestao/aprenda-a-lidar-com-a-geracao-z-49603/