IBGE: Informação e comunicação lideram salários no setor de serviços

24/09/2015

Os serviços de informação e comunicação apresentaram a maior produtividade entre todos os segmentos analisados pela Pesquisa Anual de Serviços 2013, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesse grupo, estão incluídos serviços de telecomunicações, tecnologia da informação, serviços audiovisuais, atividades de edição e agências de notícias, que exigem maior qualificação.

As empresas de serviços de informação e comunicação representavam 7,9% do total e geraram 24,3% (R$ 305 bilhões) da receita e 20% (R$ 149,3 bilhões) do valor adicionado do setor.

O IBGE calcula a produtividade dividindo o valor adicionado gerado pelo segmento pelo total de pessoas ocupadas. Por meio dessa fórmula, a produtividade dos serviços de informação e comunicação era de R$ 151,5 mil, duas vezes e meia a média geral do setor no país, de R$ 59,5 mil.

De acordo com o pesquisador da coordenação de serviços do IBGE, Luiz Andrés Ribeiro, a alta produtividade desse segmento está ligada à escolaridade. "São pessoas com alto capital humano e conhecimento". Desde 2007, é a área mais produtiva entre todos os ramos do setor de serviços e essa proporção se mantém no mesmo patamar desde 2007, de acordo com o IBGE. Ao todo, são sete agrupamentos que se dividem em 37 atividades.

Os serviços de informação e comunicação são também os que apresentaram o maior salário médio, 4,7 salários mínimos. A média de pagamentos do setor de serviços como todo no país é de 2,3 salários, segundo a Pesquisa Anual de Serviços.

Em 2013, os salários representaram 20,2% da receita operacional líquida gerada no setor, e os encargos representaram 30,7% do total dos gastos com pessoal.

Para reduzir o peso dos impostos trabalhistas na conta dos empresários, em 2011, o governo criou um programa de desoneração da folha de pagamento e conseguiu reduzir esse impacto dos encargos sobre gastos com pessoal. Em 2007, essa proporção era de 31,1% e passou para 30,7% em 2013. "Foi uma política para setores específicos, e só algumas atividades foram incluídas", lembrou Luiz Ribeiro.

As atividades de transporte aéreo (de 33,5% em 2007 para 27,6% em 2013), aquaviário (de 35,7% em 2007 para 31,2% em 2013) e rodoviário de passageiros (de 33,3% em 2007 para 29,8% em 2013) foram as mais beneficiados pela desoneração. Serviços de escritório, que também estavam incluídos na decisão do Palácio do Planalto, registraram redução de encargos sobre gastos com pessoal ocupado, de 34,2% em 2007 para 28,1% em 2013.

 

Site: Valor Econômico
Data: 23/09/2015
Hora: 11h49
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